terça-feira, 2 de abril de 2013

Fate

Ser entregue à espera é algo como a morte: impossível de controlar. Não se sabe o que estar por vir, mas se constrói estórias infinitas, todas com um "se" em vez de um ponto final.
Bergman fez "O sétimo selo" banhado pelo medo da morte.
Desejamos tanto controlar, prever. Nos consolamos com um destino dentro daquilo que já conhecemos. Dói tentar se entregar ao inesperado. A barriga se contrái numa sensação de queda livre.

sábado, 26 de janeiro de 2013

the notebook i'll be seeing you billie holiday



Esse filme exerce algum poder sobre mim. É simplesmente o que eu penso sobre o amor. O que é realmente amor. Quem te faz sorrir e sentir coisas que você nem sabia que existiam. E não é todo como nos contos de fada, onde não há conflitos. Não é fácil, na verdade é extremamente difícil e desgastantes, e às vezes você quer matar a pessoa (no sentido figurado, lógico), mas não conseguiria viver longe dela um instante e nada te faria desistir, aliás, você não conseguiria desistir nem se quisesse...ela já está lá, em você. E a letra dessa música..."I'll be seeing you in all familiar faces...". A Billie Holliday também tem esse poder de cantar coisas que sinto e mal sei explicar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

As pessoas vem e vão na minha vida, mas nunca são as mesmas quando voltam, nunca me causam as mesmas reações. Dia desses ouvi o que desejei ouvir mais que tudo por muito tempo: que eu era o amor da vida, a mulher da vida, que ainda era amada.
Me senti a própria ironia do mundo. Como teria chorado de alegria em ouvir isso meses antes.
Agora, nem conseguia reagir, só olhar nos olhos de quem falava e me sentir como quem vê um filme daquela cena, não como quem é protagonista.
Ele me beijava tão desesperadamente que me fazia sentir o gosto da saudade, queria me ver, me sentir, e eu me sentia ainda expectadora.
Era eu mesma quem estava vivendo aquilo?
Não parecia. Tudo era ainda meio estranho e distante como um sonho daqueles que não se sabe que é sonho enquanto se vive.
E o outro... O outro estava lá, como todos os outros do grupo, preparados para uma reunião. Depois da reunião, puxou um assunto meio besta e caminhou ao meu lado enquanto todos se dispersavam. Comecei a me perguntar para onde ele ia. Depois fiz a pergunta. "Estou indo contigo", ele disse. Só pensei: "Tá". Não sabia que esse "contigo" seria tanto.
Ele veio comigo.
Dormiu abraçado.
Almoçou no dia seguinte.
Deu beijo de despedida na rua.
Antes me sentia protagonista com ele.
Agora era novamente mera expectadora.
Vontade de acordar e sentir as coisas com o peso do real, não apenas como um sonho sem explicação.

Comecei a ler "A insustentável leveza do ser" ontem e não parei. Oitenta páginas. Estava com saudade de ler um livro que me tomasse dessa forma. Ele me deixa triste por me ver de forma tão clara em meros personagens inventados.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Erro

Cada dia que passo digerindo um acontecimento muda meu sentimento sobre. Pedir desculpas é uma arte...des- culpas...quantas culpas eu não tenho? Quantas vezes nem enxerguei meus erros, ou se enxerguei, achei que eles eram pequenos demais para causar qualquer prejuízo às outras pessoas?
É aquela velha história...se é com os outros você não sente.
Mas agora eu senti, e de cum força. Acho até que senti mais do que a pessoa que prejudiquei. Um erro que me fez ver um milhão de outros que passaram desapercebidos pelo ego inflado, ou, talvez, pela minha teimosia taurina.
E agora?
Agora resta me arrepender: e arrependimento significa mudar as coisas para não fazer mais.
Mais uma vez, depois de anos, está decretado: não posso mais beber.
Não preciso nem explicar porque...basta associar Sarah à bebida e lembrar dos episódios do Médico e o Monstro no Pernalonga.
Outras coisas que quero mudar, eu mudarei...estou trabalhando nisso.
A vida tem sido generosa comigo.
Agora é hora de aproveitar.
Não tenho mais lágrimas para chorar pelo que perdi. Parece que finalmente entendi que o que foi perdido não volta. O que tenho que fazer é me preparar para o Devir. 

domingo, 2 de setembro de 2012

"Quando se fala da perna, lembra-se do fêmur; se da cabeça, o occiptal; da mulher, a vagina; é seu ponto vulnerável, seu calcanhar-de-aquiles. Todas as sensações partem daquela cavidade."

Tempo dos Mortos - José Alcides Pinto