terça-feira, 29 de março de 2011

Butterflies in my stomach

Essa semana bati o record de dor de estômago. Não, não estou com uma fininha, se foi isso que você pensou. É uma dor no estômago mesmo, que nunca me perturbou com tanta frequência. Cheguei a pensar que era gastrite, mas parei de pensar e fui resolver minhas coisas. Como todo bom brasileiro da minha classe social, não tenho plano de saúde, então, teria que pagar 50 contos para ir à uma daquelas clínicas paias ao lado da Santa Casa. Calculando que o negócio esteja realmente sério, uma endoscopia custa uns 100 reais. Como 150 reais não são o valor que pretendo gastar em médicos, deixei a dor continuar doendo aqui.
O problema é que isso já está me irritando, e o problema maior é que essa irritação faz meu estômago doer ainda mais. Comentei com uma amiga que achava que estava com gastrite nervosa ( a Sandy teve também, porque sempre se preocupou em ser perfeita, então, essa preocupação acabou corroendo seu estômagozinho) e ela perguntou se eu estava passando por algum momento difícil, algo que estivesse me afligindo.
E então eu pensei, será que estou?
Acho que sim. Fiquei desestimulada por ter desistido da especialização para estudar para o mestrado e por não ter conseguido passar. Também aconteceram outras coisinhas. Enfim, todos os dias algo foge do seu controle.
Sempre procurei superar as coisas, tipo, engolir e ignorar. Só que esse ignorar pode resultar em um sentimento engasgado mal resolvido que se transforma numa bola gosmenta que destrói as paredes do seu estômago.
Sempre achei que o que representa as emoções é o estômago, não o coração, já que ele não é o primeiro a reagir. Tem até uma expressão em inglês que se usa para demonstrar essa reação física aos sentimento:
I have butterflies in  my stomach.

Pulp Fiction / "Girl, You'll Be a Woman Soon"

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sorte do dia

Acho que hoje é bem a terceira vez que o meu horóscopo ( que aparece em um dicionário de inglês on-line) me diz que devo saber o que quero fazer.
Wait a few days and then think seriously about what you want to do.
Essas coisas de signos são doidas. Não acredito em horóscopo, mas leio o meu em inglês por que acho que soa mais bonito.
Essa coisa de saber o que quer é tão óbvia, mas geralmente não é a primeira que questiono ao tomar decisões. Acho que vou começar a ouvir os conselhos do meu horóscopo de agora em diante.




domingo, 27 de março de 2011

Invasão do mundo

É incrível como os americanos se sentem tão superiores que acham que os únicos inimigos capazes de desafiá-los numa guerra sejam seres alienígenas super-poderosos. Nos meus tempos de infância, os inimigos nos filmes de ação tinham sempre um sotaque esquisito. Russos, alemães, árabes, encabeçavam o times de inimigos estereotipados.
Cresci vendo Ramboo e MacGuyver, heróis bizarros que trabalhavam sozinhos para promover a paz. Ramboo derrotavou todo um exército de vietnamitas com sua faixa vermelha no cabelo, sua faca entre os dentes e uma metralhadora, enquanto MacGuyver explodia galpões inteiros com bombas feitas de fiapos.
Como agora seria muito politicamente incorreto pintar o estrangeiro como inimigo num país recheado deles, o que restou foi designar o papel de vilão aos alienígenas, que não estão aqui para se defender.
Vi um filme, Invasão do mundo, que me fez pensar sobre o quão hipócritas os filmes de guerra americanos podem ser. Na verdade, não lembro de ter visto nenhum filme de guerra que não fosse americano.
Criancinhas chorando, um pai que morre pedindo que o bravo soldado salve seu filho, e outras cositas mas fazem parte dos chichês do filme.

Frases como "eu preferiria estar no Afeganistão", "Como eles não tentaram fazer contato nem fizeram nenhuma exigência, está claro que vieram por nossos recursos" e "Meu filho é otimista, achou que poderíamos conversar com eles", reafirmam a americanidade do filme, afinal, que país invade os outros e inicia uma guerra após a outra sem nenhuma justificativa ou tentativa de acordo? O cenário é composto basicamente por ruas destruídas e naves espaciais sobrevoando o local e, de vez enquando, disparando rajadas de tiros em proporções que chegam a ser irritantes de tão exageradas. Como a maioria dos filmes que se propõem a faturar na bilheteria nos EUA, esse cumpre a cota de negros, latinos e mulheres no elenco.
É notável que o diretor quis comover os espectadores com a imagem de soldados que estão dispostos a salvar civis inocentes dando suas próprias vidas, tudo para defender o mundo e seu país (adivinha que país). Os pobres dos ETs mal aparecem. Quase sempre em tomadas distantes, eles mais parecem robôs à lá Independence Day. Dá até pra imaginar que as naves dos ETs são,na verdade, caças americanos, e que os soldados sobreviventes da resistência são iraquianos, espantados e desesperados lutando por suas vidas. Deve ser assim que eles se sentem vendo um monte de mísseis caindo sobre suas cabeças e destruindo tudo pela frente sem poder fazer quase nada.

Early morning

Early morning, 8 o'clock precise...

Idéias grudadas

Hoje vi Bruna Surfistinha.
Gosto de refletir sobre frases, como se fossem estrofes de um poema de William Blake.
To see a world in a grain of sand 
And heaven in a wild flower
Hold infinity in the palm of your hand
And eternity in an hour
Pra mim, uma das frases, na verdade, uma das idéias marcantes (já que não lembro da frase exata) foi a da Bruna Surfistinha ter usado o fato de agradar e ouvir os clientes como jogada de marketing, já que, segundo ela, todo mundo só quer ser tratado como se fosse diferente, especial.
Talvez essa seja a razão de termos animais de estimação. Nos sentimos bem por sabermos que há um ser que nos adora, que nos dedica atenção e carinho e que precisa de nós.
Parece doentio, eu sei, mas não é isso mesmo?
Somos egoístas, e isso se reflete por toda parte.
Gostamos de receber o que não gostamos de dar.
Outra idéia que fiquei ruminando foi a de que as pessoas famosas tem uma personna criada pela mídia, que seria a imagem que elas desejam passar. Mas isso não é privilégio só da Sandy. Todos temos uma personna, às vezes uma projeção dos nosso desejos, às vezes projeção do desejo dos outros, mas raramente semelhante à realidade. Nós, pessoas comuns, temos nossos próprios meios de verdermos nossa imagem. Precisamos sempre criar algo atraente, talvez por medo do real não agradar o suficiente para que as pessoas fiquem. Não importa o quão boas as coisas pareçam, elas sempre vão ficar ruins. 
Outra coisa que ficou grudada na minha cabeça esses dias foi esse diálogo do Brilho Eterno de uma mente sem lembranças:
Joel: I don't see anything I don't like about you.
Clementine: But you will! But you will, and I'll get bored with you and feel trapped, because that's what happens with me.
Joel: Okay. 
Aquela pessoa perfeita que te faz rir e acordar pensando nela vai se tornar um saco a ponto de você preferir ver um filme pornô a tentar fazer sexo com ela. E isso não é culpa de ninguém. Ou talvez seja.
Você que sabe.


sábado, 26 de março de 2011

As coisas melhorando

Quando finalmente consigo vomitar o resto de coisa ruim que ainda me sufocava e encarar as coisas negativas de forma positiva, tudo começa a melhorar.

=)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Brilho eterno

Os diários servem para nos ajudar a não esquecer. Mas e as coisas que queremos esquecer e não conseguimos?
Joguei um dos meus diários no mar há alguns anos.
Uma pessoa da qual eu fala mal nos diários me pediu para jogá-los.
Hoje me arrependo.
"Preserve your memories, they're all that's left you".
Minha avó tem alzheimer. Me sinto triste sempre que penso nisso. Se as únicas coisas bonitas são as lembras, do que as pessoas que tem essa doença se alimentam? Você não é nada. É apenas as coisas que viu, que ouviu, que dividiu. E se isso tudo se apaga, o que resta então?
Ler meus posts antigos me revela o quão hipócrita eu sou, dando conselhos que não sou capaz de seguir.
Não esqueci, não sei esquecer.
Queria fazer o tratamento do "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".
 O casaco laranja e os cabelos com cores esquisitas fizeram com que ele olhasse pra ela e a admirasse. Mais tarde, ele criticaria aquele casaco, sempre o mesmo, velho, e a obsessão por mudar os cabelos.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Os cegos do castelo

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou


Um cilada para Roger Rabbit

Eddie Valiant: Seriously, what do you see in that guy?
Jessica Rabbit: He makes me laugh. 


Eddie-Debbie-Elizabeth

O artista americano Eddie Fisher, astro da canção melódica da década de 1950 era famoso pelos casamentos com várias estrelas de Hollywood, inclusive  Debbie Reynolds, mãe da atriz que fez a princesa Leia.
Diz a lenda que Elizabeth Taylor furou o olho de Debbie pra se casar com Eddie.


Menino de sorte.
I don't wanna dance, dance with you baby no more...
I'll never do something to hurt though
The feeling is bad, the feeling is bad
I don't wanna dance....
La, la, la

quarta-feira, 23 de março de 2011

Amigos

É tão bom ter amigos.
Amigos te distraem, te ligam quando você está na serra da Meruoca, te fazem rir quando você está mal, te ouvem quando você está um saco.
Ficam loucos com você, ficam sóbrios com você.
Ser amigo é dividir.

Vegonha

Sou totalmente contra disfarçar sentimentos, mesmo que depois eles te causem vergonha ou arrependimento, afinal, não é assim que aprendemos e superamos as coisas traumáticas?
Me arrependo de todas as vezes que senti ciúmes e disfarcei, que quis beijar e não beijei, que um "eu te amo" veio na ponta da língua e não saiu, ou que um "vá pra puta que pariu" foi reprimido.
As emoções fazem parte do que somos, e disfarçá-las não nos torna mais adultos ou sensatos, nem menos "animais". Apenas nos fazem mais hipócritas e cínicos, por isso agradeço por ainda sentir ódio e amor.
"Do que adianta ter sorte no amor e azar no jogo, se o amor é um jogo e jogo não é o meu forte?"- Trecho de uma poesia recitada por Pedro Bial no último paredão.
Professora, porque "ódio" veio primeiro?
Meu aluno, por que ódio é mais forte e mais frequente.
O que as pessoas chamam de amor morre com facilidade.
Não falo só do amor heterossexual dos contos de fadas, mas do amor entre amigos, entre parentes, entre os seres humanos e os animais.
Quando adotei minha cachorrinha, há 2 aniversarios (estava fazendo 23, eita!), fiquei muito triste com várias histórias de cachorros que viveram com pessoas por 10, 15 anos, e agora, na sua velhice, estavam sendo descartados. Que humanidade, hein? Também, fazemos isso até com nossos pais.
Meu namorado na época (morávamos juntos) até me pediu para devolver minha cachorra depois de descobrir que ela fazia cocô e xixi, mas eu nunca aceitei. Isso nunca foi uma possibilidade para mim. Eu escolhi tê-la comigo e, a partir daquele momento, ela seria responsabilidade minha por toda a vida. Voltei pra casa da minha mãe e aqui está ela. E quando eu sair, ela vai comigo.
Na minha família tem casos de pessoas que deram um dos filhos para ser criados por uma irmã, tia da criança. Imagina o que isso não gera na cabeça do pobre? Porque só ele foi dado e os outros 10 foram criados? O que ele tinha de tão ruim? Enquanto os outros membros da família criticam a falta de amor desse filho "doado" pelos pais biológicos, mesmo depois de tanto tempo, eu respeito essa dor.
Fazer coisas erradas faz com que a gente aprenda e se torne melhor.
"O caminho dos excessos leva ao palácio da sabedoria"- William Blake.
É sério. Se você faz um monte te coisa errada com os outros, você se torna uma pessoa mais tolerante. Como ser cara de pau o suficiente para se ofender se sua ex-namorada fica com um amigo seu se você a corneou e já ficou com amigas de outras de suas ex-namoradas? Você vai perdoar e tolerar a situação, a não ser que você seja cinicamente hipócrita.
Os sentimentos, comecei falando sobre eles, não foi?
Adoro tirar fotos, pena que a câmera que tenho agora é muito ruim.
O problema é que perco fotos ótimas, às vezes por causa do reflexo no vidro, às vezes pela falta de rapidez e outras por simples vergonha de sacar minha câmera naquele lugar, naquela hora.
Pra que isso? Me pergunto logo depois de perder a oportunidade.
Tenho uma prima adolescente que está morando em Sobral. Foi morar lá a pouco tempo, está tendo dificuldades pra se adaptar às escola, é negra e os "coleguinhas" frescam com o cabelo dela. Se ela soubesse que isso é besteira, que talvez o menino que mais fresca seja um infeliz que na verdade é afim dela. Se todos os adolescentes soubessem?
Eu tenho vergonha poucas vezes. Procuro lutar contra a vergonha, contra os tabus, talvez por isso seja tão arrengueira.
Percebi que, quando conheço uma pessoa, geralmente faço questão de parecer mais trash do que sou.
Talvez seja uma técnica pra espantar, ou para selecionar, não sei. Eu deveria não dizer isso, conservar o mistério, não é?
Detesto mistério, gosto logo de ver como é.
Não gosto de jogo.
Me arrumo alguns dias, e outros não. Não sou cheirosa o tempo todo, mas é assim que eu sou.
É assim que eu sou e não tenho vergonha disso.
Não tenho vergonha de dar vexame, de errar. Na  verdade tenho mais vergonha de meu auto-elogiar do que de fazer o contrário.
Gosto de trabalhar viajando, de conhecer pessoas diferentes, mesmo que as amizades não sejam alimentadas o suficiente para durarem.
Gosto das coisas efêmeras também, elas podem ser gostosas.
Só não gosto de pessoas grosseiras, por isso tenho tentado não ser uma delas.
Com tantos terremotos, inundações, tsunamis, etc, já era hora de termos aprendido a sermos legais uns com os outros.
=)


sábado, 19 de março de 2011


You Oughta Know

I want you to know
That I'm happy for you
I wish nothing but
The best for you both

An older version of me
Is she perverted like me?
Would she go down on you in a theater?
Does she speak eloquently?
And would she have your baby?
I'm sure she'd make a really excellent mother

'Cause the love that you gave, that we made
Wasn't able to make it enough
For you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died? 'Til you died?
But you're still alive

And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

You seem very well
Things look peaceful
I'm not quite as well
I thought you should know

Did you forget about me, Mr. Duplicity?
I hate to bug you in the middle of dinner
But it was a slap in the face
How quickly I was replaced
And are you thinking of me when you fuck her?

'Cause the love that you gave, that we made
Wasn't able to make it enough
For you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died? 'Til you died?
But you're still alive

And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

'Cause the joke that you laid in the bed
That was me, and I'm not going to fade as soon
As you close your eyes, and you know it
And everytime I scratch my nails
Down someone else's back, I hope you feel it
Well, can you feel it?

Well, I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know





sexta-feira, 18 de março de 2011

500 days of summer


É seu?

Se tudo o que vemos, sentimos, ouvimos, nos remete à filmes/séries/livros/etc, quanto de nós, de nossas reações e percepções, pertence realmente à quem somos, e quantas delas são meras reproduções do que vimos nos filmes/livros/séries/etc e assimilamos para nós?

quinta-feira, 17 de março de 2011

I hate you!

Muitas pessoas criticaram a atuação desse rapaz que fez o Anakin antes dele se tornar o Darth Vader. Mesmo que a cara de mau dele seja a cara de alguém que acabou de cheirar um peido, acho que essa cena ficou muito forte. Esse é o diálogo dele com seu ex-mestre, Obi-Wan, que cuidou dele desde pequeno, depois de Obi-Wan ter cortado suas 2 pernas e o único braço que ele tinha.



Obi-Wan: You were the chosen one! It was said that you would destroy the Sith, not join him! You were to bring balance to the force, not to leave it in darkness.
Anakin:I hate you!
Obi-Wan: You were my brother, Anakin, I loved you.

Everything is a copy of a copy, of a copy...II

Incrementando a teoria...
Se Tyler e Ferris são a mesma pessoa, porque não dizer que Lisa de ,"Garota Interrompida", não é também uma versão do Sr. Durden?
Acusada de ter um comportamento promíscuo e de falta de compromisso com a realidade ou com seu futuro, Susanna tenta se matar (fato que não admite) e é mandada a uma casa de recuperação pelos pais, pessoas normais e infelizes.
Lá Susanna conhece Lisa, uma mulher de personalidade forte, dominadora, crítica e livre. Livre é o grande adjetivo de Lisa, ainda que ela esteja trancafiada ali como todas as outras. Susanna se apoia em Lisa e a usa para enfrentar aquilo que não aceita em si mesma, como seu desejo sexual (condenado pela sociedade)e sua não aceitação da vidinha padrão de faculdade-emprego-casamento.
Susanna critica todas as outras "doidas" que estão na casa com ela, mas se faz de meiga para ser aceita, enquanto Lisa cutuca as feridas de todas. Quem não lembra da viciada em frango, que confundia kitchen com chicken, que acaba se matando depois de ouvir umas verdades de Lisa? Lembrando que só Lisa e Susanna estavam com ela nesse momento. Quem garante então que Lisa não é uma mera alucinação de Susanna, que, arrependida, volta para a casa enquanto Lisa foge por aí?

Só depois de se apartar de Lisa, ou seja, de seu lado crítico, sarcástico e "inadequado", Susanna se dedica ao seu tratamento e melhora. A cena final mostra Susanna se despedindo de Lisa, que fica amarrada à uma cama na casa de "repouso", impossibilitada de qualquer tentativa de fuga. Só assim Susanna sente-se realmente "livre" para se adaptar à vida "real".
Lisa é a versão feminina do Tyler.

Everything is a copy of a copy, of a copy...


Clube da luta. Um dos melhores filmes que já vi na vida. O primeiro filme que comprei. Não precisa nem dizer que já vi 22387982 milhões de vezes. O que mais me impressiona é que sempre me empolgo quando vejo novamente, sempre me surpreendo no momento em que Jack descobre que ele era o Tyler o tempo todo. Naquela cena em que ele e o Tyler brigam pela primeira vez no estacionamento de um bar
"I want you to hit me as hard as you can."
Quando voltamos e vemos aquele cara espancando a si mesmo...depois um dos caras que observava levanta a mão e diz: "Posso ser o próximo?"
E a Marla...segundo Jack (Edward Norton), tudo estava indo muito bem e ela estragou tudo. Na verdade, foi só por causa dela que ele não teve seus testículos arrancados por seus próprios discípulos. Ou talvez tenha sido por causa dela que isso quase aconteceu.
Se Tyler Durden era obra da mente perturbada de Jack, se era uma maneira que ele encontrou para se libertar de seu estilo de vida medíocre e censurado, então, Ferris Buller poderia ser também um produto da mente "obstruída" de Cameron.

Isso fez tanto sentido. Ferris é livre como Cameron jamais conseguirá ser, com seus problemas com os pais, com o carro que o pai ama mais do que a ele e a sua mãe. Na verdade sempre achei a cena em que os três, Ferris, Cameron e Sloane tomam banho de piscina, meio suspeita. Cameron estava supostamente catatônico depois de ter descoberto que manobristas mexicanos tinham rodado mais de 200 km na ferrari de seu pai. Então, quando ele volta ao normal, Sloane pergunta se ele tinha visto ela trocar de roupa. Ele responde com um sorriso maroto e ela completa "eu não tenho vergonha", ao que o Ferris reage com um sorriso.
Que namorado do universo sorriria ao saber que eu melhor amigo estava se fazendo de doido para ver sua namorada sem roupa? Aí tem...
Talvez Ferris seja a versão adolescente e censurada de Tyler.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Descartáveis

A vida moderna tem umas frescura que eu não compreendo, tipo, embalar cada canudo em um saquinho plástico. Entendo que era realmente seboso olhar dentro dos canudos nas mesas do centro, naqueles lugares onde jarras de suco e salgados não passam de 2 reais, mas a gente não conseguia sobreviver sem essas embalagens?
E ainda tem o absurdo de se colocar palitos de dentes dentro de saquinhos separados. Já é nojento e desnecessário usar palitos de dente, pra que sujar mais ainda? Se tem alguma coisa presa no seu dente, chapa, escove e use fio dental!
Apesar de toda essa conversa apocalíptica sobre reciclagem, as pessoas acabam sempre achando um novo jeito fresco de poluir. Imagino se as crianças dessa nova geração de "coisinhas embaladas em saquinhos separados" serão capazes de sobreviver depois de beberem um gole de água no bebedouro do colégio. Na minha época, teve até um surto de meningite...um dos meninos gostava de assustar a gente dizendo que ele tinha...era bizarro.
As pessoas estão tão viciadas em coisinhas descartáveis e coloridinhas que acabaram descartando até seres humanos (inclusive os coloridos).

terça-feira, 15 de março de 2011

De onde vem a preguiça?

Quanto mais eu durmo, mais eu quero dormir...Na verdade não é nem por querer, é totalmente involuntário! Hoje tinha aula às 8:30. Acordo 7:55, tomo banho, etc, e saio 8:20, crente que levaria uns 10, 15 minutos pra chegar lá.
9:00.
Não tive cara de pau o suficiente pra entrar na aula e fiquei lá fora, vendo a matéria sozinha humildemente.
Como ainda estou de férias (de um dos meus empregos. Sou quase o pai do Crhis), tenho feito quase nada além de dormir, ler e pensar em fazer algo construtivo. Porém, hoje eu resisti bravamente e não dormi a tarde.
Percebi que sou dependente do trabalho, não só financeiramente...me dá uma agonia ficar em casa o dia todo, ou ficar só pra lá e pra cá. E eu gosto do meu trabalho, na maior parte do tempo, pelo menos.
Num sei como sobrevivi ao desemprego de 2009.
Desisti de um dos empregos e fiquei deprê, desiludida... e ainda recebi outros tantos hadukens da vida.
"Nunca mais passarei fome!"- Scarlet O'hara.
Admito, sou preguiçosa. Grande parte dos meus furos com amigos se dá por causa da preguiça. Perco a vontade de sair de casa, e quando consigo sair, penso que não vale a pena molhar meu sapato e pego minhas havaianas surradas, esse tipo de coisa.
Já me criticaram por me preocupar só com o trabalho e negligenciar os outros setores da minha vida, mas o que eu posso fazer se esse é o único que dá lucro?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cães de aluguel

Domingo morgado. Passei metade do dia dormindo, e a outra metade pensando no que deveria fazer.
Finalmente decidi: precisava ver "Cães de aluguel". O primeiro filme do Tarantino que lembro de ter visto foi "Um drink no inferno". Na época achei legal, super cool (ele diria), mas já faz tanto tempo que nem lembro direito do que se trata.
O outro foi "Pulp Fiction". Tenho um problema, vejo o mesmo filme um milhão de vezes. Quase chego a decorar as falas. E, logicamente, fiz isso com "Pulp Fiction". Me apaixonei pelo Tarantino ali. E depois minha paixão se reavivou com Kill Bill. Infelizmente, só vi o volume II no cinema (duas vezes). Há alguns meses comprei "Cães de aluguel" nas americanas, naquelas pilhas de filmes por 12,99, só que nunca assisti. E, nesse domingo, finalmente consegui.
Só que não gostei muito não, confesso. Sei lá, acho que esperava mais. Não que seja um filme ruim. Gosto do jeito do Tarantino de quebrar a ordem da narrativa com um fundo preto e nome de um personagem, gosto também de como ele cria uma espécie de profundidade na história sem gastar grana, fazendo os personagens contarem causos que prendem a atenção do espectador, sem a necessidade de realmente mostrar essas histórias paralelas. Também adoro as soundtracks do Tarantino. Little Green Bag abre o filme, e fica na sua cabeça por muito tempo.
O fato é que aprendi uma lição com "Cães de aluguel": Nunca diga a verdade.
http://www.youtube.com/watch?v=xGytDsqkQY8


Closing Time

Closing time, open all the doors
And let you out into the world
Closing time, turn all of the lights on
Over every boy and every girl
Closing time, one last call for alcohol
So finish your whiskey or beer
Closing time, you don’t have to go home
But you can’t stay here

I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
Take me home

Closing time, time for you to go out
To the places you will be from
Closing time, this room won’t be open
Till your brothers or your sisters come
So gather up your jackets, move into the exits
I hope you have found a friend
Closing time, every new beginning
Comes from some other beginning’s end

I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
Take me home

Closing time, time for you to go out
To the places you will be from

I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
I know who I want to take me home
Take me home

Closing time, every new beginning
Comes from some other beginning’s end

domingo, 13 de março de 2011

Taurina


Nasci no dia 13 de maio,portanto, sou taurina. Com a proximidade do meu aniversário, começo a refletir sobre várias coisas. Sobre quem eu sou, onde e com quem quero estar, etc. Então procuro um site sobre signos e vejo as análises do meu signo. É ridículo como tudo é genérico. Não importa se você é de touro, leão, escorpião, as previsões podem ser aplicadas a qualquer um. Acho que eles escrevem frases soltas, que nem nos biscoitos da sorte, e jogam numa caixa. A cada dia eles tiram uma e escrevem o horóscopo. Para provar minha teoria, analisei os seguintes trechos das características do meu signo, segundo um site:
“Gentis e amáveis quando não provocadas. Furiosas e imprevisíveis quando ofendidas.”- Quem no mundo não fica furioso quando ofendido? Só um banana passivo!
 Na verdade, você busca a aprovação e o reconhecimento, pois no fundo, é um pouco insegura.” -Todos nós somos assim, baby.
 “Precisa aprender a ser menos teimosa e mandona, pois tem uma tendência a querer controlar tudo e todos.”- Talvez essa parte seja verdade, mas querer não é poder,  no meu caso.
“Faça uma atividade física, para canalizar a raiva e diminuir o stress. Caso contrário, sua saúde pode acabar sendo prejudicada.”- É não? Que dica impressionante!
 “No amor, fique na sua. Cuide-se, ame-se e aguarde, que os garotos virão atrás de você!”- Parece um conselho da minha mãe. Pena que não funciona.
“Tem um jeito meio místico, um olhar profundo e uma forma generosa de agir. Você é misteriosa e muitas vezes prefere ficar observando e analisando as pessoas, ao invés de se expor.” – Eu e todos os voyeurs do mundo.
“Você busca o famoso amor de alma, em que duas pessoas ligam-se espiritualmente. Entretanto, você mesma é confusa e não tem clareza do que quer.”- Eu e todos os adolescentes sofremos com isso.
 “Apesar disso, esforça-se muito pela relação, mas quando é magoada, algo dentro de você se rompe e isso parece definitivo.”- Que mágico1 Adivinhou meus pensamentos! Sempre que sou magoada, me magôo, isso é incrível!
“Pode ser carente e exigir muito dos parceiros. Sente-se atraída por pessoas inteligentes, misteriosas, curiosas, que tenham interesses diversos, mas que sejam críticas em sua busca por conhecimento.”- É, nessa acertou em cheio. “Você pode manter comportamentos em segredo, tendo dificuldades em assumir seus erros. Há uma grande tendência de se tornar cuidadora e maternal nos relacionamentos, e muitas vezes, pode se desvalorizar e chegar a extremos que nem sempre são saudáveis. “- Meu ex que o diga!
“Pode ser um tanto possessiva, apegada às coisas e pessoas. Adora comer e precisa tomar cuidado para não engordar.”-É verdade, os taurinos que comem demais engordam, mas só os taurinos?
As análises são fantásticas. Pena que só a primeira é sobre o meu signo.
Acho que se você se esforçar, vai ver que elas também tem a ver com você.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sociedade do espetáculo, Tsunami no Japão e Bruna Surfistinha.

Dia desses li uma coluna sobre a Natasha, aquela menina que passou 8 anos sequestrada, e sobre como ela foi maltratada pela opinião pública e pela própria polícia por ter se negado a se submeter à uma espetacularização da sua desgraça. Ela conseguiu, de uma forma impressionantemente madura, analisar e superar o que aconteceu com ela, além de ter sido capaz de perceber o quão doentia a sociedade ocidental atual é, mesmo estando isolada dela desde os 10 anos de idade. A Natasha fala em seu livro sobre como, por mais que ela não escondesse nada da imprensa, esta sempre tentava criar alguma coisa mais terrível do que o que tinha realmente acontecido.
E aí eu escuto sobre o tsunami no Japão. Busco um vídeo e vejo um, num portal de comunicação daqui do brasil, que repete várias vezes a cena de uma família bolando no banco de trás de um carro que está sendo arrastado pela onda. A repórter ainda fica enfatizando o desespero que a família provavelmente estava sentindo e repete "Podemos ver que há pessoas no carro". Pare pra pensar. É muito provável que houvessem várias pessoas em TODOS os carros da imagem. Por que então se chocar tanto com um dos carros?
Parece que não temos mais criatividade de nos colocarmos no lugar do outro. Precisamos ver o sangue escorrendo pra sentir alguma coisa. Daí a necessidade de repetir a desgraça de forma exaustiva. É como se uma seta com lâmpadas em neon vermelho apontasse piscando "sintam, sintam".
Mesmo assim, mesmo com as caras de assustados, com os "meu Deus!" diante da notícia no jornal, muito   pouco se sente de verdade.
Bruna Surfistinha.
Ela diz ter dobrado o número de clientes depois de ter começado a escrever seu blog. Teve até que contratar uma secretária, já que não tinha tempo de atender as ligações entre um cliente e outro. Particularmente, não acho ela bonita. Parece que ela não tem movimento no pescoço, sei lá. O motivo da fama então é a propaganda, o espetáculo.
"O homem também gosta de ser mulher, de ser passivo. Eu também já brinquei muito dizendo que eu era o Bruninho...com o meu brinquedinho de plástico." Bruna Surfistinha no "De frente com Gabi." 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Milo Manara

                                              Adoro a arte do Milo Manara.


Je ne comprends pas

Sabe quando você usa um anel por muito tempo, e de repente você faz aquele gesto para colocá-lo mais apertado no dedo e percebe que ele não está mais lá?
Imagina que isso também acontece com pessoas. Mas você só percebe quando faz o tal gesto. Acho que o grande problema da humanidade é que as pessoas pararam de dar valor às coisas, mesmo às que não têm muito valor.
Estive refletindo sobre se apaixonar esses dias...É incrívelmente ridículo como um cara acha que você está apaixonada por ele se você liga mais de uma vez, e vem logo com uma conversa de que "não estou procurando nada sério no momento".
Já tive um amigo gay que se maquiou na minha frente e se vestiu de mulher para deixar bem claro que eu não tinha nenhuma chance, mas ninguém me perguntou se eu queria uma....Eu estava só sendo legal.
E ainda tem outra coisa, beijar e amar são coisas tão distantes e às vezes tão totalmente incompatíveis. As pessoas já estão bem grandinhas e deveriam saber disso, mas não sabem. O mundo é confuso. Imagina que uma amiga me contou que conheceu um cara, eles conversaram, ele disse que terminou com uma namorada que tinha há 3 anos para viajar sozinho no carnaval. No meio da conversa ela pergunta se o cara gostava da tal namorada. Ele responde que não sabe ao certo, que de tanto ser criticado por seu comportamento depois de ter ficado solteiro, de tanto ouvir as coisas, acabava se convencendo de que gostava mesmo dela.
Gostar de uma pessoa não é algo que exija ser convencido pela opinião pública.
Então eu me pergunto: Nesse mundo moderno, onde sexo e relação estável não são mais sinônimos, porque as pessoas ainda namoram com alguém que não amam?
Não vou nem falar em casamento, por que aí as coisas pioram.
Estou no meu canto e vejo um cara passando de mãos dadas e se despedindo de sua namorada aos beijos. Esse é o mesmo cara que estava se agarrando loucamente com uma semi-desconhecida na noite anterior.
E eu não entendo.
Às vezes nem sei se quero mesmo entender.
Acho que as pessoas pararam de dar valor.
Sabe aquele beijo que te deixa perdido, que , quando você abre os olhos, não sabe mais nem onde está?
Isso é simplesmente massa, perfeito, flawless victory!
E eu não entendo como alguém que sente isso pode deixar a pessoa que apertou tal botão sair de sua vida.
Sabe-se lá se existe outra que vai acertar o botão outra vez.
Me impressiono com a facilidade que se tem em jogar coisas assim fora, e alimentar outras que não valem nada, como esses namoros vazios que se sustentam em atividade trash e sexo obrigatório. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia da Mulher


Abri meu orkut e vi recadinhos de “feliz dia da mulher”. Lembrei automaticamente do blog da Lola e pensei “ela deve ter algo interessante a dizer sobre isso”. Comecei a ler posts e mais posts sobre feminismo, sobre a educação dos homens e finalmente sobre violência contra a mulher.  Que mulher nunca sofreu um abuso, de qualquer tipo? Quando eu era criança ficava indignada quando um idiota dizia alguma obscenidade na rua, mas minha mãe sempre dizia que o melhor era não responder. Com o tempo parei mesmo de responder, mas algumas situações são tão terríveis que é impossível calar. Depois de presenciar homens se masturbando na rua por 2 vezes, não consegui não reagir na terceira. Bem, na verdade não é que eu tivesse me controlado para não reagir nas duas primeiras. Eu só fiquei tão chocada que só consegui dizer um “puta que pariu” e sair de perto. A terceira vez foi o resultado da indignação acumulada. Estava caminhando pra casa (na época morava atrás da UFC, a menos de um  quarteirão da 13 de maio) e vi um homem se masturbando, em frente a um portão de uma casa vizinha a minha, ao lado de sua bicicleta. Fiquei chocada (é, ainda fico chocada) por ele ser tão descarado, já que estava quase ao lado de um curso de idiomas, pertinho do portão da UFC e da 13 de maio , geralmente super movimentada. Cheguei perto dele e comecei a falar coisas básicas , tipo “tenha vergonha na cara”, às quais ele respondeu que me calasse senão levaria um tiro. “Tu lá dá tiro em ninguém, seu &¨%$”. Ele finalmente se recolheu, tentando se esconder no canto da parede. Fui para casa e chamei a polícia. Ele não foi encontrado, mas espero que a experiência tenha servido pelo menos para inibi-lo de fazer o mesmo novamente.
Outro caso que me veio à cabeça foi uma agressão física direcionada à minha pessoa.
 Pasmem, ela aconteceu bem no meio de uma manifestação contra a violência contra a mulher, na praça da Gentilândia. Eu ainda morava lá perto e estava passando pela praça. Encontrei um amigo e fiquei ao lado dele, conversando. Um rapaz totalmente alcoolizado se aproxima. Ele já tinha me importunado outras vezes em calouradas por ser amigo desse cara com quem eu conversava no momento, mas eu nem lembrava o nome dele. Decidi fingir que não o tinha visto e eis que ele se aproxima e de dá uma gravata. Peço pra ele me soltar e ele começa a dizer “Sarah, você lembra do que você fez comigo?”. Fico apavorada e ameaço morde-lo se ele não me largar. Ele me joga no chão e tenta me chutar. Minha sorte foi que as pessoas que estavão próximas, amigos dele, o impediram.  Vou até uns policiais que estão lá por causa da manifestação e digo o que aconteceu. Eles não fazem nem menção de se mexerem. Mostro o local onde o rapaz, Mário , estava e descrevo como ele estava vestido. Atordoada, vou embora, mas umas meninas que assistiram o que tinha ocorrido pedem que eu volte e me certifique de que os policiais vão fazer alguma coisa, pois se eu fosse embora, segundo elas, nada aconteceria com o agressor. Volto acompanhada pelas duas que espalham a história e logo as meninas da manifestação cercam o cara. O que mais me indignou é que quando encontramos o tal de Mário, que tinha voltado para o mesmo banco da praça achando que eu tinha ido embora, o policial apenas mandou que ele saísse de perto de mim e fosse sentar lá longe. Quando a multidão me mulheres começou a gritar e exigir alguma atitude, Mário correu. Meu namorado, que por sorte tinha vindo a minha procura naquele momento, o seguiu e conseguiu pegá-lo. Os policiais finalmente algemaram o sujeito e o colocaram numa viatura. Ofereci-me para ir na mesma viatura e os policiais disseram que nós todos (eu, meu namorado na época e as testemunhas) não poderíamos ir junto. Pegamos um táxi e fomos à delegacia.
 Mais de uma hora se passa até que a viatura chegue com o Mário, que estava então sem algumas e acompanhado de uma amiga. No momento do depoimento a menina diz que eu estava abraçada com ele, e não levando uma gravata. Ao ser perguntado sobre os motivos de ter me agredido ele afirma que há um ano eu teria o chamado de travesti e teria jogado cachaça em seu rosto.
Um bom tempo depois disso tudo fui chamada para ir até a delegacia. Nem tive tempo de consultar um advogado, pois recebi uma ligação poucas horas antes. Como eu tinha me mudado, nunca recebi as cartas da justiça. Mário estava lá, muito bem arrumado, acompanhado de um advogado. E eu, sozinha, fui questionada se eu preferiria processá-lo, retirar a acusação, ou que a justiça o punisse. A opção que me soou melhor foi a última. Pura inocência e ignorância minhas. A punição foi que ele pagasse 1 salário mínimo. Ele disse que era muito. A mulher que auxiliava o juiz sugeriu que ele prestasse trabalhos voluntários então. Ele disse que não tinha tempo, pois logo começaria num emprego novo. Resumindo, ele teve que pagar 240 reais em duas parcelas. Decidi que o dinheiro iria para uma instituição de caridade. Ali, na frente do juiz, de seu advogado e dos outros (que não sei exatamente o que faziam) ele ainda reafirmou que tinha razões para me agredir, que eu o tinha  ofendido chamando-o de travesti. O juiz disse que ele poderia muito bem ter me processado, mas, como o pobre Mário mesmo afirmava, essa terrível agressão contra sua masculinidade teria acontecido há mais de 1 ano,e ele não poderia mais abrir processo. Que pena. 

O agressor conhece muitas pessoas que conheço, mora inclusive na rua onde eu morava na época, Marechal, perto do CLEC. Me pergunto se os amigos dele que presenciaram a agressão, e se a menina que mentiu no depoimento, agiriam da mesma forma se a pessoa agredida fosse alguém da família deles.
Pra quem não sabe, esse tipo de agressão não entra na lei Maria da Penha, que só protege mulheres agredidas por companheiros ou familiares. Como o agressor no meu caso era um desconhecido, a violência foi tratada como agressão comum.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval

Sometimes I feel like I don't have a partner, sometimes I feel like my only friend is the city I live in...

Milhares de guerras mundiais, frias e quentes, acontecem em mim...e é carnaval.
Quando as pessoas me perguntam o motivo de eu não beber mais, geralmente digo que sou alcoólatra...essa resposta seguida de um sorriso parece brincadeira, mas ultimamente tenho pensado seriamente se eu não estou falando a verdade. Já quebrei o record de 1 ano em dezembro. Estava até tranquila sobre isso, mas agora...Agora eu até sinto umas coisas, sei lá, quase um descontrole.
Isso é triste. É triste precisar de algo extra-você para se divertir, se aliviar, gritar, whatever.


E eu respiro fundo e tento seguir na filosofia AA de "só por hoje".
Pena que hoje é uma segunda de carnaval.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Les temps

Pra mim ainda é incrível como o tempo muda nossa percepção das coisas, e a importância que damos à elas.