terça-feira, 30 de agosto de 2011

Às vezes num dá vontade de sair correndo e se esconder num buraco de tatu?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Feminismo e carros tunados

"Mulheres cuja sexualidade não tem freios são perigosas. Maléficas, assemelham-se a feiticeiras, dotadas de "vúlvas insaciáveis". Mesmo quando ficam velhas, fora da idade permitida para o amor, as feiticeiras têm reputação de cavalgas os homens, de tomá-los por trás, o que, na cristandade, é contrário à posição dita natural: em suma, têm reputação de fazer amor como não se deve fazer."

"Misteriosa, a sexualidade feminina atemoriza. Desconhecida, ignorada, sua representação oscila entre dois pólos contrários: a avidez e a frigidez. No limite da histeria."

Esses são trechos de Minha história das mulheres, de Michelle Perrot. Já falei um pouco sobre o livro um dia desses. Sempre riu quando leio essas partes sobre sexualidade feminina. Parece coisa tão ultrapassada, mas ainda acho que é uma verdade, infelizmente. Não queimam mais mulheres na fogueira, mas ainda somos muito "queimadas" pela sociedade.
E eu, que sempre fiz questão de ser muito feminista, até mesmo quando era criança e não sabia nem o que era isso, me orgulharia em dizer "ainda tá pra nascer o homem que vai me fazer lavar cuecas", mas já nasceu.
Sim, já lavei cuecas, já passei camisas, já cozinhei e lavei o chão e o banheiro só para agradar meu companheiro que, no momento de maior dificuldade, mostrou que de companheiro não tinha nada. Jamais imaginaria, em toda a minha vida, principalmente por sempre ter defendido um posicionamento tão diferente, que me esforçaria para ser a "esposinha", mesmo trabalhando e estudando, e pior, seria criticada por não fazer o papel de mulher perfeita e que me sentiria mal por isso.
Hoje os tempos são outros, mas aqui e acolá me pego quase me submetendo ao velho papel novamente. Às vezes confesso que exagero em não querer depender de ninguém. As pessoas interpretam como se eu não quisesse depender de homem, só porque sei que preciso verificar a água e o óleo do carro todas as manhãs. O grande problema não é não querer depender de HOMEM, é não querer depender de NINGUÉM. Esse é o meu grande erro, mas, muitas vezes, meu grande acerto. Sempre digo que nunca consegui entender as meninas que queria namorar um cara que tivesse carro. Eu sempre quis ser a pessoa que tivesse carro. Sempre quis diigir, acho o máximo (não que eu não goste de pegar carona). Se pudesse teria um carro daqueles tipo velozes e furiosos, acho lindos, mas não ficaria com uma pessoa só para das uma volta em um deles. No way.
Fico tentando encontrar um equilíbrio entre ser independente e ser "a senhora não preciso de ajuda". Todo mundo precisa de ajuda, todo mundo tem seu momento "criancinha que caiu e machucou o joelho", mas confesso que detesto me pegar fazendo o papel de "compreensivinha e agradável".






domingo, 28 de agosto de 2011


Muitos conhecem Lolita, romance inglês escrito por Vladmir Nabokov, publicado pela primeira vez em 1955. A adaptação para o cinema por Stanley Kubrick deixou a obra ainda mais famosa, mas poucos sabem que aqui no brasil um romance com um enredo tão ousado quanto foi lançado anos antes.

Quando Mário Donato lançou PRESENÇA DE ANITA, em 1948, vivenciou dias de glória e de muita polêmica. Aclamado pela crítica como inovador, ousado e erótico, o livro provocou a ira da Igreja que ameaçou excomungar o autor . Um grupo de senhoras de Campinas organizou um abaixo-assinado contra a publicação e seu criador, tornando Donato persona non grata em sua cidade natal.
http://www.editoras.com/objetiva/389-9.htm

Na verdade, apesar da série da Globo ser baseada, pelo menos na minha opinião, muito mais em Presença de Anita do que em Lolita, a influência estrangeira parece muito mais forte. Num gosto disso não. Acho que a obra de Mário Donato merece muito mais atenção do que recebeu. Aí vai um trecho de Presença de Anita:

Morrer, morrer, morrer lhe parecia simples e fácil e desejável depois de tanto! Só lhe
enojava ter de tomar uma decisão, violentar-se para querer alguma coisa, a última coisa.
Hesitava diante da fronteira, através da qual queria ser precipitado sem vontade própria e
mesmo incapaz de impedi-lo, dando-se e não tomando. Anita já não era assim: sempre queria
coisas e caminhava para elas, cheia duma decisão que a princípio invejara, mas que agora o
irritava. Anita, veemente. Anita agarrara-se à idéia e já vivia em função dela intensamente,
cega na sua paixão, paixão não por ele, que era um objeto acidental e Anita morreria por
qualquer coisa, - a paixão pela paixão.


Gwen Stephanie

Podem dizer que a Gwen Stephanie traiu o movimento ska, que ela se vendeu, que mudou, mas eu ADORO a voz dela, as letras, a pessoa, a mulher. Logicamente prefiro a fase No doubt, mas não vou dizer que a odeio só porque a banda acabou e por ela ter se tornado dona de uma grife de roupas. Deixa a menina fazer o que ela quer! Ela continua linda e a voz dela continua a mesma.

sábado, 27 de agosto de 2011

Agosto

Há várias coisas que eu detesto em mim. Luto contra elas, mas, quase sempre saio perdendo. Uma das que mais me incomodam é o meu exagero. Quando eu era pequena, minha mãe botava muito boneco pra me deixar sair a noite pra brincar. Isso eu já com os meus 12 anos. O que eu fazia então? Quando conseguia sair, não queria mais voltar. Ficava na rua até ela vir me buscar. Eu sabi que seria difícil ela me deixar outra vez, então seguia a lógica do "carpe diem" e aproveitva até não querer mais.
MAS, sabe-se que exageros nunca fazem bem, mesmo que sejam coisas positivas. Estou procurando quebrar essa lógica desmedida. Todo mundo precisa de uma válvula de escape, é lógico, mas quase "morrer" não ajuda muito não. Essa é uma busca complicada, mas , pelo menos já arranjei mais umas 2 palavras para colocar na minha lista de "NÃOs".

domingo, 21 de agosto de 2011

Medinho

Fazia muito tempo que eu não sentia medo de ser esquecida assim.

Elizeth Cardoso - Nossos Momentos (1960)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Comfortably Numb - Pink Floyd - The Wall

Até o dia em que o cão morreu. II

Gosto muito desse livro. Emprestei pra uma amiga que não entendeu meus motivos. Não sei nem explicar. Deve ser a escrita leve, as reflexões, as visões desse assunto...não sei.
Aí vai um trecho que gosto.


Abracei Marcela por trás, sentindo o calor das suas costas nuas e o seu cheiro. Momentos antes eu tinha xingado ela por ter aceitado aparecer num anúncio asqueroso de uma companhia telefônica. As agressões saíam da minha boca sem intenção, e isso se repetia muito, sem que eu conseguisse antecipar e evitar os ataques. Eu a provocava apenas pra, em seguida, puxá-la de volta contra mim, movido por um outro impulso involuntário que suscitava em mim o desejo de confortá-la, e nesses momentos eu me odiava por tê-la tratado mal minutos antes, e a idéia de que ela pudesse desaparecer da minha vida, magoada pela minha implicância, me fazia abraçá-la com uma voracidade patética.
E então a gente trepava, quase sempre por horas. Era a única coisa sobre a qual não havia discussão. Toda espécie de comunicação verbal era suspensa.



Como saber se você está apaixonado/a?

Essas revistas adolescentes geralmente trazem teste pra vc saber se ELE está apaixonado (como se os homens nunca fossem ter dúvida se a mulher está apaixonada por ele ou não). No meu caso é um pouco mais complicado, mais esquizofrênico. Eu preciso saber se EU estou apaixonada.
Com esse fim, elaborei um pequeno teste. Vamos ver se funciona.

1) Você passa um fim de semana com ele e vc ri de todas as besteiras dele, e ainda deixa "deixas" pra ele continuar?
(   ) oui       (   ) Non

2) Você gosta de dormir abraçada com ele, mesmo num calor de 50 graus?
(   ) oui       (   ) Non

3) Se alguém pergunta quais são os defeitos dele você responde 'que defeitos?'
(   ) oui       (   ) Non

4) Você gosta do cheiro do suvaco dele?
(   ) oui       (   ) Non

5) Você fica meio zonza quando vocês se beijam?
(   ) oui       (   ) Non

Ai...tá bom, depois eu penso em mais perguntas, mas, por enquanto , o resultado é o seguinte:

Se você marcou mais "ouis" que "nons", você está perdida, vacilou, se lascou!
Está mesmo apaixonadinha de merda (como diria Thiago Menezes).



domingo, 14 de agosto de 2011

Diálogos interessantes

Dona Conceição: Essa é aquela sua namorada que você trouxe aqui ou é outra?
M: É outra...
D. C: Ah, sim...essa aí é bonitinha...aquelas que você trazia aqui eram muito feias, afff maria!
...
M: Sabe qual é o grande problema aqui da praia?
Eu: Qual?
M: É essa água véia toda molhada.
Eu: ...( raciocinando lentamente)...água molhada? kkkkkkkkkkkkkk
M: É, a areia molhada.
Eu: Tu disse "água molhada"!
M: Eu? Eu não disse isso não!
Eu: Tu é muito cara de pau!

Consolo na praia - Drummond


Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento…
Dorme, meu filho.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quando eu tinha 12 anos, me apaixonei por uma menino que morava aqui perto de casa. Como todas as pessoas dessa idade (e algumas um pouco, tipo, 20 anos mais velhas) eu utilizei a velha técnica de "arrengar" para me aproximar do garoto, que, por sua vez, utilizou a velha técnica do "gongar" para se mostrar superior e garotãozão.
Mais tarde descobri, tipo, ele me contou, porque aí já era meu amigo, que era apaixonado por outra menina. Adivinha só como era essa menina! Bonita, corpão, amada por todos...e adivinha agora como eu era...magrela, sem peito, arrengueira, vou parar por aqui.
Resultado: ele nunca ficou com ela, mas eu também nunca fiquei com ele.
Alguns anos depois ele me queixou, mas eu dispensei, lógico, pra poder dizer que ganhei no fim das contas.
Até aí tudo bem, eu tinha 12 anos, começo da adolescência, você se sente inseguro com sua aparência e tal...o problema é que pouca coisa, além da minha idade, mudou.
Ainda sou magricela, sem peito e arrengueira, e os caras de quem gosto ainda olham pro lado e babam com cara de chapados ao se depararem com uma menina que parece não ser real.
Deve ser culpa dos contos de fadas, daquelas histórias de princesas perfeitas, sem espinhas e submissas.
Como uma pessoa como eu pode fazer alguém olhar e babar assim?
Eu não flutuo numa nuvem cor de rosa, não cago biscoito de champanhe e não peido cheiroso.
Eu comprei um coturno, eu gosto de usar saia cumpridas pra me sentir mais confortável e nunca vou ao salão para fazer as unhas porque não tenho paciência.




Nunca tive medo de concorrência...já sei que vou perder mesmo.

domingo, 7 de agosto de 2011

É muito bizarro não ser capaz de saber se você está gostando de alguém. Não saber o que você mesmo sente é uma grande prova de que você não se conhece, mas tudo bem, ainda dá pra perdoar. Mudamos a todo momento. Os gostos, o cabelo, os hormônios, o tamanho das orelhas, estamos em constante processo de desconstrução.
É preciso destruir.
Destruction is a form of creation.
Daí a importância das coisas ruins. Se não há distância, não há saudade, e talvez você nem percebesse que sente tanto.