quinta-feira, 12 de junho de 2008

Am I Blue?

Estranha essa sensacao que nao passa, mesmo que eu tente ignora-la. Aos 22 , lembro dos 15, poucos amigos que eram extremamente importantes, uma vontade de ver alguma coisa diferente, de viajar pra India, de passar o dia por ai, explorando a minha cidade, ate entao um pouco desconhecida, em suas varias facetas mutantes diante da luz do sol, ou da falta dela....
As caminhadas no Centro, por volta das 9 da noite, sempre guardavam algo inesperado...as visitas ao Cemiterio, investigar as historias de cada foto, alguem que agora ali descancava...O tempo "gasto" com as pessoas eram tao precioso, mas na epoca eu nao sabia , achava que era mal aproveitado por muitas vezes passarmos as tarde sem fazer absolutamente nada de novo ou importante...As garrafas de vinho compradas no supermencardo atras do colegio e solvidas durante conversas despropositadas ao som do vento que cortava, e pelo que sei, ainda corta o Parreao...Saudade, nostalgia...enquanto se vive, nunca parece ser uma epoca boa, mas depois vem a saudade, entao tudo soa perfeicao...Nunca satisfeitos...
Queria um pouco daquilo de volta, nao tudo, nao a tristeza e melancolia, nao a dependencia e espamos de loucura, so a calma, as companias, o vento e os vinhos, so

Am I Blue?

domingo, 13 de abril de 2008

Você já viu esse homem? (tem mais fotos dele no fim da página)

Você já viu esse homem por aí?
Praia de Iracema, Centro...ele perambula pelas ruas. Encontrei com ele no Centro na Sexta, percebi que tinha mudado de sapato. Agora usava um mais novo, um sapatenis. Será que ele é um mendigo, como eu tinha imaginado antes, ou será que ele simplesmente sai de casa pra dar uma volta por aí, com seu cigarro na boca e um saco na mão?
Será que ele é universitário que nem aquele outro que vivia pela Duque de Caxias e foi encontrado pela família um dia desses?
Acho que não, um pouco velho demais pra isso. Talvez tenha sido professor, quem sabe.

sábado, 12 de abril de 2008

Back to the Future ( foto: Escadas do Centro)


Conhecer milhares de lugares, de pessoas, de línguas e histórias...universo pequeno e ao mesmo tempo tão distante...a gente não conhece quem está ao nosso lado, prefere imaginar lugares nos quais talvez jamais cheguemos a pisar. Mais interessante pisar na lua do que conhecer o fundo do oceano.
Um professor meu, apaixonado por Literatura, especialmente contos, sempre falava que se você quer ser universal, basta descrever seu próprio quintal. Todo mundo é igual, exatamente igual, mesmo que a gente tente lidar com nós mesmos de maneiras diferentes. Todo mundo pensou em fugir de casa aos 15, ou se apaixonou por um amigo de escola, ou escarrou alguém de quem gostava muito. Todo mundo procura, procura por algo que não sabe exatamente o que é. E que muito dificilmente irá encontrar, mas se dar conta disso destroi muita coisa. Saber que talvez não tenha muita coisa lá. " É só isso mesmo", pronto.
Às vezes eu queria ser pivete outra vez, mas lembro que minha infância não foi legal, então eu penso em ir embora, outra cidade, país...Algo interessante, mais do que tenho aqui. Mas a questão não é o lugar, e sei bem disso. Geralmente o problema, a inquietação, vem de vc mesmo. Não dá pra correr.
Adorava a sessão da tarde quando passava alguns dos filmes do "De volta para o futuro". Imaginar como seria a minha vida com 18 anos, como seria o mundo. E hoje eu penso "valha, como pouca coisa mudou, que paia." Cadê o skate que flutua, ou o Delorean voador?
A nossa geração ( esse povo que nasceu na década de 80), sofre de uma nostalgia de um passado que nem chegou a viver...estranho isso. Parece que nada realmente importante chegou a acontecer com a gente. Talvez essa sensação seja fruto da expectativa de coisas extraordinárias que hoje não passam de celulares minúsculos ou I podes ( tá certo? sei lá!). A gente esperava muito mais. Saudade do Dr. Brown e do Marty McFly.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tempo, tempo tempo tempo


O fato de saber que escrevo apenas para mim mesma, apesar de estar postando num blog, não me deixa mais a vontade para especificar os detalhes das causas do que sinto agora. Posso dizer apenas que várias coisas que eu não esperava, nem ao menos acreditava que fossem passíveis de acontecer caíram todas sobre a minha cabeça. Tenho um problema de estômago, não costumo digerir tudo facilmente.
Para ser mais específica, demoro muuuuito tempo para me dar conta do real significado das coisas que se passam comigo.
Só sei hoje que tudo o que me aconteceu no último mês, serviu para me fazer sentir mais solitária. Sem uma mão pra me segurar evitando que eu escorregue( que nem num capítulo da malhação que vi um dia desses). Sabe aquela angústica que te dá quanto te dizem "vá embora", e você fica com raiva e tristeza de uma só vez, dá as costas e sai, mas depois de dois passos, lembra que não tem aonde ir. E o pior é que está chovendo, e você não pode simplesmente ficar caminhando pelas ruas até tudo se acalmar, como fazia antes. Não há mais um quarto para se trancar e ler, escrever o que está pensando. Nem a casa existe mais. A casa com um quintal enorme na frente, plantas, flores, folhas pintadas de ouro. O sofá que servia como colina na brincadeira com o irmão. Nada existe mais. Nem o irmão. Muito ocupado, dois filhos, uma mulher meio rabugenta ( foda-se se ela chegar a ler isso). E o irmão mais novo, amo. Mais não sou mais a mesma, nem posso ser. Queria leva-lo a milhares de lugares, que ele ainda não pode frequentar, queria passar as tardes com ele, mas tenho que tranalhar...tempo...inimigo sorrateiro, leva tudo o que há de bom na vida, sem nos deixar perceber.

domingo, 30 de março de 2008

Lista das piores coisas do mundo

Sentir-se só.
Vc tem uma agenda relativamente grande no seu celular, 400 reais em bônus e é sexta-feira.Então dá-se início a seleção dos participantes da sua noite. A-Z.Z-A. Não há ninguém. Quer dizer,tem o fulano, mas ele mora muito longe, e aquela menina,mas ela disse que ia sair com os amigos.Não tem ninguém pra quem vc possa ligar, niguém com quem dividir seu tempo ocioso, que é tão raro.
Voçê não pode mais assistir a programação grátis do BNB a tarde, trabalha a tarde toda. e a noite, quando sai do trabalho às 22, todos dormem, ou se recolhem das cervejas vespertinas. Só ,outra vez, mesmo com uma lista de amigos no orkut, mesmo com uma agenda tefefônica lotada.
Não ser livre.
Mês das artes cênicas. Adoro teatro,principalmente se for de graça. Adoro almoçar, principalmente se for na minha casa, então posso também tomar um banho pra tirar todo o suor que cobre a minha vida depois de pegar a topique lotada.Adoro a cervinha da tarde, conversas sobre literatura, filmes, pessoas. E isso tudo agora me é proibido. Aceito, mas todo dia a semente da raiva recebe um pouco mais de alimento. Quero minha casa, suspira a menininha em mim. Quero minha cama, grita a adulta cansada.
Não saber.
Não saber se o cara com quem vc ri, ama, dorme e acorda realmente corresponde aos seus sentimentos e sonhoszinhos. Não saber se amanhã o cansaço de hj valerá a pena. Não saber se os "amigos" te aceitam, ou se aquele "que saudade" é verdadeiro. Não saber se o que foi decidido hj causará arrependimento.
Ser impotente.
É claro que no sentido sexual deve ser realmente ruim, mas nas outras partes da vida é igualmente frustrante e vergonhoso. Principalmente quando envolve outras pessoas. Ninguém consegue dominar opiniões ou sentimentos.Pode-se até tentar manipular, muitos conseguem. Mas é mais que isso. Amar dói...adimirar, respeitar, querer...as pessoas arrancam esses sentimentos de ti com tamanha força que até te fazem chorar, mesmo que vc seja um velho descrente, que já passou por toda a dor dessa vida. Depois elas dão as costas e somem. Impotente. Não pode fazê-las querer voltar.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Praia de Iracema

Bipolar, eu?

A porra do ônibus nunca chega. Não importa se saio de casa uma hora e meia antes do meu compromisso, ele nunca aparece. Primeiro, um pequeno desespero. Tento ignorar. Só consigo por uns dois minutos, que força de vontade a minha. Os dentes começam a ranger, palavras obscenas saem da minha boca e as pessoas ao meu lado me olham de um jeito estranho. Ódio, ódio. Ódio de todo mundo que fez raiva durante a semana, ódio de mim, por estar esperando por uma coisa que está completamente fora do meu controle, da Luisiane LIns, por não mandar esses motiristas fedorentos do Parangaba Papicu pararem de fazer tanta hora...ódio que depois de 15 minutos de astraso se transforma em tristeza, vontade de chorar, de ir pra outro lugar, de encontrar algum amigo, de receber uma ligação...mas ninguém liga. Uma carona me salva de um atraso maior do que 5 minutos. E tudo sai bem, e o ódio que me engasgava já foi porcessado pelo suco gastrico e pronto, nem parace que existiu. Está tudo bem. E volto pra casa satisfeita.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Não sei exatamente quando isso começou, mas já faz um tempo que estou me sentindo velha, apesar dos meus 21 anos. Sinto como se eu tivesse que ter um plano traçado, um destino preparado, em todos os setores da minha vida. No entanto, por mais que as coisas se ajeitem, elas nunca parecem seguras, nunca me dão uma sensação de alívio desse cansaço que tem me perseguido. E um erro que eu cometo frequentemente é esperar que alguém me ajude, de alguém alivie um pouco essa sensação de leve desespero, de angústia por não conseguir resolver os próprios problemas, por não saber oque fazer.
Mas ninguém pode dar as respostas certas pro seu coração, pras necessidades da sua alma...pras coisas que nem você mesmo é capaz de entender na sua vida. Então às vezes, você grita com a pessoa, numa forma de dizer:" me ajuda, me diz o que fazer!"
Mas ninguém é capaz de entender um recado mal transmitido como esse meu....e eu permaneço assim, sem me compreender. Leve desespero.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Menino vendedor de queijo da Praia do Futuro


Quanto mais voçê dorme, mais tem vontade de dormir. Esqueçe que horas são; o que vc tinha planejado fazer perde a importância. Escuta um som distânte que mal consegue quebrar seu sono, mas acaba te fazendo lembrar que já acabou o tempo, é hora de voltar. Mas voltar pra quê?
Quando vc não consegue encontrar um motivo forte o suficiênte para te jogar para fora da cama, acaba perdendo o fim de semana inteiro nesse joguinho....corpo cansado vs. inconsciênte.... e nenhum dos dois ganha.
Quando se dorme demais, mais do que o necessário de uma só vez, sempre se acaba acordando ainda mais cansado. E o pior é que vc não conseguiu organizar nada da sua vida. As roupas ainda estão jogadas pelo chão, parte delas bem sujas, poeira morando sobre os móveis, sobre sua cabeça, que já não consegue pensar em nada de novo.
Os adolescentes reclamam tanto. Se têm grana , reclamam por não terem aonde ir. Se têm aonde ir, reclamam por não terem alguém ( algum escravo branco/negro/azul) para deixá-lo(a) e buscá-lo(a) lá. E aí lembro que nem faz tanto tempo eu também era dada a reclamar, há uns 5 anos, eu também não tinha aonde ir, mas eu sempre dava um jeito de inventar o lugar e a compania. Agora as coisas se complicaram mais. Quando não se tem grana , não dá para sentar no Pitombeira pra jogar conversa fora com os amigos. A gente já não vai mais tão longe quanto antes, e as companias não são tão fáceis de se encontrar. Ocupadas demais, cansadas demais, sem saco demais... aí o que nos resta é o bom e velho colchão, onde podemos hibernar e esquecer um pouco que também andamos cansados, sem saco e etc.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Professora

Ri cada vez mais do rumo que a minha vida tomou. Eu, uma aluna colecionadore de apelidos e carimbos na agenda, além de ser sempre a única a ser expulsa de sala junto com umbando de meninos, acabei me tornando uma professora.
Sempre tirei notas boas, mas não tinha muita paciência pra ficar calada a manhã,( ou a tarde) inteira. Infelizmente para os professores, os alunos mais louquinhos, que não conseguem parar quietos, são os que aprendem com mais facilidade.

Crianças causam reações estranhas. Quando a gente ve de longe, acha bonito, simpático, inteligente, diz até q quer ter um. Mas depois de um dia cuidando do sobrinho, que chora, diz "eu quero" umas 3 milhões de vezes e quebra tudo o que encontra, a gente se sente decidido a desistir da idéia. Depois de um tempo convivendo, mesmo que eles quebrem, gritem ou desobedeçam, ainda parecem lindo e voçê pensa "até que não seria tão mal".
Mas é lógico que não estava falando sério, é muito caro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Se eu fosse rica...
Já teria mandado muita gente à merda, teria dado tapa na cara de muito neguim enxerido, teria viajado pela Europa, logo depois de conhecer o Ceará inteiro, claro, incluindo a praia da Baleia, que está sendo vendida aos estrangeiros e muito provavelmente será impossível para mim frequenta-la daqui há alguns anos.
Teria adotado 4 crianças. Não consigo entender como ainda tem gente de mente tão fechada que acha errado, ou "inapropriado" adotar alguém. Eu gostaria muito de fazer isso, se tivesse grana.
Ah, compraria também uma câmera, das melhores no mercado. Faria um filme. Voltaria a cursar Artes Cênicas, comemoraria meu aniversário numa calourada geral. Beberia absinto com meus coleguinhas. Faria uma depilação permanente no suvaco ( quem suporta esses pêlos chatos e feios?)
Mandaria matar um monte de gente inútil e nojenta.
Compraria muitos livros. Visitaria o túmulo do Jim Morrison.
E depois que o dinheiro acabasse...eu voltaria aonde estou, num estado de liseira lastimável. Não quero mais umas coisas que pareciam muito importantes há apenas alguns meses. Parece que dei uma acordada. Pena que o sono parecia mais agradével. Eu perderia o Big Brother, fazer amigos não é o meu forte. E os poucos que faço, não consigo manter. É como a raposa falou para o Príncipe, se vc vem numa hora diferente não há uma expectativa para o momento do encontro. Tem-se que criar uma espécie de ritual, cativar...assim vc se torna importante na vida, no dia da pessoa. Quando sabe que vai te encontrar às 5, começa a ficar feliz às 3. Mas não existem lojas de amigos....faz tempo que não compro um. Tem alguns que são interessantes, mas são como as pessoas dos planetas....vc só visita, depois vai embora sem saber se irá encontrá-los novamente.
Às vezes eu quero mais que isso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Now I'm Bored and Old

As vezes eu penso numa casinha com cerca branca e grama, e uns pivetes correndo em volta da varanda.....mas depois eu acordo babando no lençol...
=]

Sonhei que uma pessoa me avisava que eu iria morrer. Bem, se vc não interpretar o aviso literalmente, morte pode significar muitas coisas....algo que existe na sua vida e vai mudar, ou algo que existia em vc e não está mais lá. Espero que seja isso mesmo então.
Já fazia muito tempo que eu não escutava Nirvana, um mal sinal?
Talvez, se eu levar em conta os meus momentos "Nirvana" alguns anos atras...Nós somos muito frágeis. Qualquer falta de perspectiva derruba, faz ter vontade de fugir...e quando não se tem pra onde ir, qualquer lugar é certo, ou errado, nem sei....mas nenhum lugar é onde vc realmente gostaria de estar.
O carro tava cheio d'água. Levei no posto pra aspirar. O rapaz vei o me atender, sabia que o conhecia de algum lugar. Depois ele mencionou uma amiga em comum, disse " a gente deve ter ido pra algum show". Lembrei " Tu morreu no aniversário do C.D , não foi? Eu tava lá, tu chegou e caiu. Ficou lá bodado no meio da festa, parecia um "morto" ."
"Nunca mais vi a A, também, eu me juntei...me arrependi de ter me juntado. Tô pra dar as contas da mulher."
E o amor aparece de novo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Essas minhas crises de "esculhambar" o amor....parece coisa de véia mal comida...É que me dá raiva em ver as pessoas brincarem com isso, com as outras e com elas mesmas, e ainda acharam que isso tudo é normal. Eu realmente queria estar acima de todas essas brincadeiras e joguinhos, queria ser imune, mas ninguém é.
É estranho quando a gente percebe que os anos passaram, e que mesmo ainda não estando velhos, estamos cançados e muito do que queríamos ficou esquecido, distante.
E um menino de 18 anos, com cara de decepção total, me diz: "I feel empty inside"
E eu não sei o que dizer, queria poder fazer ele esquecer por alguns minutos que a vida é ruim, mas não consigo. Só fico calada, no máximo, peço pra ele ir embora, não continuar bebendo , pelo menos essa noite. Mas se ele for pra casa, só vai encontrar o pai, mais bêbado que ele...Sempre me desespero quando percebo que não tenho pra onde ir, o bom é que na maior parte do tempo consigo esquecer disso.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Amor? Amor é o meu ovo esquerdo...



Quem inventou essa história de amor era muito doente, menos doente do que quem acreditou na história. Estava lendo "Morte", do Neil Gaiman( na Siciliano, de graça...se eu tivesse recursos eu realmente estaria disposta a pagar os 60 contos, mas eu não tenho). Começa com um cara de 16 anos, que está entediado com a vida, tendo como conclusão que seria bem melhor se ele morresse, já que não está fazendo nada de interessante por aqui mesmo. Ele dá uma definição de amor interessante:" Não existe essa hístoria de amor, as pessoas sentem tesão e medo. Ficam com uma pessoa e sentem tesão e as duas se juntam porquê têm medo de enfrentar o mundo e se isolam uma na outra."
Ah, era mais ou menos assim, depois eu pego na íntegra. O fato é que esse sentimento simplesmente não existe, mas como desde criança a gente acredita nele, e não é como o papai Noel, que quando você cresce alguém te diz "ah, eu menti um pouquinho", a gente demora a perceber isso.
Um cara sai com você, fica com você e no fim da noite diz que tem namorada, que merda. Mas ainda tem mais. Quando perguntado se ele a ama, a resposta afirmativa vem prontamente. Ridículo? Cinismo?
O pior é que não, ele realmente acredita que a ama, estranho, não?
Eu acho...acho que esse sentimento cheio de purpurina, gliter e cílios postiços não passa de uma drag má que quer tirar vantagem dos nossos momentos de fragilidade ou de "medo", como disse Neil Gaiman....é assim mesmo...tem sempre alguém tirando vantagem de alguém. A minha única dúvida é saber de que lado eu estou.
Rua 24 de Maio, Centro
"O que você acha de sexo antes do casamento?"
"oi?"
"Sexo antes do casamento."
" Ah..."
"É necessário", alguém fala do fundo da sala.
"Necessário? Pra mim não tem problema", respondi.
Um gordinho, com pelos saindo por entre os botões abertos de sua camisa amarela, talvez a mesma de ontem e do dia anterior. Não que ele estivesse sujo, mas era a mesma, tinha quase certeza. O modo como ele movia a boca enquanto falava era no mínimo estranho...mas nada superava a gargalhada que produzia repentinamente, uma reação às suas próprias piadinhas.
Não sei se a rizada, que chegava a assustar por ser tão inesperada e fora de contexto, era real ou forçada. Pela forma que seu rosto e sua voz tomavam no momento "assustador" parecia mais forçada do que natural, bem mais. Só não entendi o motivo de rir.
Talvez quisesse demonstrar simpatia, já que seus óculos e os pelos q saltavam dos botões amarelos não ajudavam muito. De qualquer forma, a risada também não era muito útil.
"Será que estou vestida muito, sei lá, "eroticamente" e por isso ele fez a pergunta pra mim?", admito que foi o que pensei. Eu queria ir embora, mas não podia olhar o relógio, ele estava do meu lado. O tempo sempre passa rápido quando a gente não quer.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Baby, I'm gonna leave you

"Eu não quero que tu lembre de mim."
"Tá."
"Tu não gosta de mim de verdade."
"É , né."
"Se tu gostasse não me deixaria ir . Um dia tu vai gostar de alguém de verdade e não vai ser capaz de deixar essa pessoa ir embora. Tu me deixou ir embora um milhão de vezes. Às vezes eu queria dormir contigo, mas eu dizia que ia embora só pra ver se tu ia me deixar ir. Eu ficava esperando tu me dizer pra ficar, mas tu sempre me deixava ir."
Daryl Hannah, Blade Runner


Gemma Bovery, by Posy Simmons

"Posy Simmons encontrou equivalentes comtemporâneos dos personagens , do enredo da ironia e até mesmo dos mecanismos literários de Flaubert, e boa parte da diversão está em encontrar os paralelos"

É uma história em quadrinhos, Gemma Bovery. Já dá pra imaginar do que se trata pelo título: uma mulher infiel que é morre no final....mas aqui há um tom de melancolia engraçada. ( Como é que pode?). Ela estava gorda, infeliz e sozinha num apartamento bosta em Londres. Conheceu um cara, que a princípio parecia legal, legal pra quem tinha sido trocada por uma mulher mais bonita e rica. Acabou indo morar com o cara, que para não ser mais importunado pela ex-mulher chata decidiu se mudar para um chalé na França. Parece atraente?
Na verdade era uma merda. O lugar era fedorento, húmido, e os vizinhos bastante estranhos. Além disso o marido começou a ter um comportamento estranho, mais do que o de costume. Se tronou um vagabundo, total, não estava nem aí pras dpividas, ou pra ela.
O que uma mulher faz numa situação dessas? Emagrece e começa um caso com um gostosão-charmoso-francês, ora mais!!! Daí já dá pra tirar o que mais pode acontecer, sendo que a história é narrada pelo vizinho meio obcecado por Gemma, que acaba tendo acesso aos seus diários após sua morte... Ah, é muito legal!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Antes de mais nada...

Sou uma pessoa egoísta e, sinto dizer, algumas vezes não tão honesta, mas às vezes tenho esse sentimento fraternal de querer dividir as coisas interessantes que vejo e vivo com outras pessoas....fazê-las sentir um pouco do frio na barriga, da dor ou do ódio que sinto todos os dias...aqui está uma maneira de dividir tudo isso. Na verdade é uma maneira brega, meio fora de moda, que eu mesma critiquei, escarrei e cuspi em cima um trilhão de vezes ( vixe, nem quero lembrar quantas vezes mordi minha língua nessa vida. " A gente paga pela língua", minha mãe sempre diz).
Ultimamente dei para tirar fotos com o meu brinquedo novo ( não tão novo assim agora). Estava pelo centro na véspera de ano novo....milhares de pessoas suadas, mal educadas e , o pior de tudo, completamente sem juízo ou noção estava lá, se estapiando no meio da feira da Praça José de Alencar, e eu lá no meio, tentando encontrar um short de cinco conto pra dar ao meu pai.
Então vejo uns gringos que tinham "me roube" escrito na testa. Já que não é sempre que se pode falar Inglês com nativos ( são índios?) e já que o cabelo da mulher tinha me chamado atenção ( uma coisa meio Daryl Hanna em Blade Runner), resolvi dar uma de enxerida e puxar assunto.
Aconcelhei a guardar a câmera( que até eu mesma estaria disposta a roubar, se minha mãe não estivesse do meu lado), puxei conversa. Ela era Inglesa, e estava maravilhada com aquela multidão suada tentando comprar roupa nova para o ano novo...A gente deve parecer exótico pra eles, e oque é exótico pra eles , para nós é uma marmota ridícula...que merda.
Estão aí umas fotos do exótico que se encontra dando umas voltas pelos pontos turísticos de Fortaleza, Beira Mar, Dragão do Mar....que merda.