quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Crise de misantropia

Fim de ano é sinônimo de crise. Tem o natal...pessoas comprando presentes quando você não tem dinheiro e nem queria mesmo comprar porra nenhuma. Logo depois, sem nenhuma pausa para tomar fôlego, vem o ano novo. Pessoas comprando roupas brancas, planejando a noite da virada...99% das conversas na época envolvem a fatídica pergunta: "E aí? Onde vai passar o ano novo?"
Porra de ano novo! O que importa? Por acaso a cor da minha calçinha nessa noite vai mudar toda a organização dos astros favorecendo minha vida financeira e saúde? Acho que não, apesar de muitos discordarem.
Pouco importa a cor da roupa, ou até mesmo se você estará usando alguma no momento da virada.
O que importa é que você já fez um monte de escolhas que desencadearão em reações que culminarão num futuro, em consequências, sejam elas próximas ou distantes. Você é o grande culpado. Não adianta culpar o zodíaco, sua mãe ou sua namorada.
E eu? Escolhi passar a "grande virada" ( soa até pornô) sozinha. Pra que melhor? Não é que eu odeie a humanidade ou queira me suicidar, não é isso ( que pena- alguns pensaram que eu sei). É que estou no meio de uma crise de misantropia sem precedentes.
Que vontade de mandar esse povo chato e hipócrita pra um lugar bem distante e nada divertido. Tô cansada. Cansada das pessoas que querem exigir coisas só por que se acham tuas amigas, cansadas das pessoas que falam o que querem e não gostam de ouvir, cansada dos "eu te amos" falsos, cansadas de ser mal tratada por bostas que não percebem o quanto eu sou massa (modéstia a parte), cansada....cansada das pessoas.
Quero tirar férias delas. Por isso que algumas pessoas preferem fazer amigos "descartáveis", que nem o Jack do clube da luta. Você usa esses amigos pelo tempo que eles servem e depois joga fora sem se preocupar porque vai encontrar outro na situação seguinte, como as pessoas que você conhece no ônibus ou em uma festa. Elas dão muito menos trabalho e podem ser bem mais úteis.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pessoas

Qual é a sua idéia de diversão para uma sexta à noite?
Ir à um bar, encontrar amigos, pegar alguém no intervalo entre uma coisa e outra?
Vou ser sincera, às vezes reclamo dos lugares que freqüento, mas a culpa não é do lugar.
Pobre lugar! Como pode ser responsável pela "energia" que nele habita? Na verdade são as pessoas que fazem um lugar ser o que é. As pessoas fazem sua noite ser agradável ou não. E é tudo de um jeito tão simples...
Puxar um assunto com alguém interessante é O prêmio.
Pra mim às vezes é agradável apenas observar os trejeitos enquanto a pessoa conversa, discute, ri, bebe...deve ser um resquício dos tempo de artes cênicas, quando roubava características dos outros para inventar personagens.
Gosto de conhecer pessoas assim, boas de conversar, de observar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Problemas

Eu tenho um problema, admito.

Ouvi falar que o primeiro passo para se livrar de um vício é admitir sua condição de viciado.
Pois bem, acabei de fazê-lo, mas não me sinto melhor... um pouco mais idiota, talvez.
Conviver com alguém, quase que diariamente, por 3 anos, depois realmente diariamente por mais 1 ano, faz com que pedaços dessa pessoa estejam espalhados por vários lugares da sua vida. Lugares públicos, particulares, músicas, filmes, fotos, fotos de lugares, memórias, outras pessoas, é quase um estado de loucura, mas depois de um tempo melhora. O meu problema é que a melhora parou. Mesmo lembrando de todas as sacanagens, de todas as infelicidades, não consigo dar o veredito de “ruim” ao que vivi. Tem um motivo, é lógico. Eu me apaixonei, cara, me apaixonei, no primeiro beijo, dado numa esquina. Na verdade não foi dado, foi enganado. Foi engraçado, deu medo, e foi bom, que nem quando você tem 12 anos.  Se alguém me perguntar porque tudo aconteceu eu diria que foi por esse beijo. Pode parecer idiota-romântico, mas não foi, foi físico, uma reação química.
E, depois desse tempo de convivência, passei quase 1 ano, acho que uns 8 meses, solteira. Não o encontrei por boa parte desses meses, depois, tive uma recaída e acabei tornando uma “volta” minha obsessão. Fiz de tudo para conseguir isso, e , finalmente , consegui. Eba!
Uhuuu!
Menos de 1 mês depois e acaboou.
Por que?
Porque não existia mais. Era uma mentira que eu inventei pra me confortar, porque era ruim demais saber que a pessoa que eu amava não existe mais, que eu não amo mais ninguém, e que eu não quero mais.
Me sinto perdida sem isso, mas não posso mais fugir : não existe mais. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

É fácil, muitas vezes até prazeroso, julgar os outros. Carregamos um pequeno tribunal da inquisição em nossos olhos. Ainda bem que não podemos decapitar ou queimar vivos todos os condenados.
É, mas as coisas da vida fazem a gente morder a língua (mas não eram os olhos?)...
A chave para tudo, para a paz mundial, está em entender o porquê das atitudes que condenamos. Se o traído trair, se a vítima agredir, se o enganado mentir, então encontraremos a paz.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Eu não sei o que fazer.
Típico, eu mesma respondo.
Fim de ano. Pessoas apressadas empurram-se pelas ruas do centro em busca de presentes para si mesmas, para outros, ou apenas para saciar o apetite de seus olhos. Crianças chamam pisca-piscas de “natal”.
Eu caminho, cansada, com fome, decepcionada, não com a vida ou com o mundo. Na verdade, ambos foram bem generosos para mim esse ano. Foi um período de acertos, de me situar no mapa e traçar novos caminhos, mas até que ponto esses caminhos são novos?
Tenho vários desejos. Desejos de sim e de não. De dizer não às coisas que não consigo mais suportar, como a obrigação de terminar a especialização. “Pensa no título, teu salário vai aumentar.” Na verdade, meu salário só aumenta se, daqui a um ano, eu tentar concurso pra substituto novamente e passar, e não é isso que pretendo. Pretendo fazer mestrado em literatura. Pretendo sim, de verdade, não só por comodidade, ou por falta de opção, como pensava antes. Vou tentar tudo o que aparecer. Talvez ache um sim no meio de tantos nãos.
Preciso de descanso pra minha cabeça, parar de perder tempo com o que não leva a nada.
Parece idiota, mas sempre termino o ano fazendo reflexões, igual a todo mundo.
Dia desses vi uma cena de “Sociedade dos poetas mortos”. Carpe diem, ele disse. Seize the Day.
O que significa isso? Correr nu pelas ruas por que a vida é curta?
Não.
 Significa fazer com que cada dia seja espetacular,já que, cedo ou tarde, cada um de nós morrerá. Somos ração para vermes, Shakespeare já dizia em Hamlet, o primeiro emo.
Me sinto um tanto quanto maníaca por lembranças. Sempre dizia que tinha memória ruim, mas me livrei do hábito de falar coisas negativas sobre mim mesma, pelo menos relacionadas à memória. Numa tentativa de prender as memórias, comprei uma câmera fotográfica. O experimento funcionou. Encontrei hoje um vídeo da véspera de ano novo, de 2008 para 2009. Uma casa diferente, uma companhia diferente, meu cabelo tava diferente, minha dançinha ouvindo Bob Marley era diferente.
E os meus desejos para o ano novo, cheios de coisas que não voltam mais, de pessoas que não existem mais, mesmo que você as encontre ou fale com elas.  Veio uma lembrança, uma frase clichê...algo tipo “é preciso abrir mão do que se tem para poder pegar o que há de vir.” E quem não tem nada, o que faz?
E, mesmo depois de tanta reflexão, ainda não sei o que fazer.
“Típico.”