domingo, 13 de abril de 2008

Você já viu esse homem? (tem mais fotos dele no fim da página)

Você já viu esse homem por aí?
Praia de Iracema, Centro...ele perambula pelas ruas. Encontrei com ele no Centro na Sexta, percebi que tinha mudado de sapato. Agora usava um mais novo, um sapatenis. Será que ele é um mendigo, como eu tinha imaginado antes, ou será que ele simplesmente sai de casa pra dar uma volta por aí, com seu cigarro na boca e um saco na mão?
Será que ele é universitário que nem aquele outro que vivia pela Duque de Caxias e foi encontrado pela família um dia desses?
Acho que não, um pouco velho demais pra isso. Talvez tenha sido professor, quem sabe.

sábado, 12 de abril de 2008

Back to the Future ( foto: Escadas do Centro)


Conhecer milhares de lugares, de pessoas, de línguas e histórias...universo pequeno e ao mesmo tempo tão distante...a gente não conhece quem está ao nosso lado, prefere imaginar lugares nos quais talvez jamais cheguemos a pisar. Mais interessante pisar na lua do que conhecer o fundo do oceano.
Um professor meu, apaixonado por Literatura, especialmente contos, sempre falava que se você quer ser universal, basta descrever seu próprio quintal. Todo mundo é igual, exatamente igual, mesmo que a gente tente lidar com nós mesmos de maneiras diferentes. Todo mundo pensou em fugir de casa aos 15, ou se apaixonou por um amigo de escola, ou escarrou alguém de quem gostava muito. Todo mundo procura, procura por algo que não sabe exatamente o que é. E que muito dificilmente irá encontrar, mas se dar conta disso destroi muita coisa. Saber que talvez não tenha muita coisa lá. " É só isso mesmo", pronto.
Às vezes eu queria ser pivete outra vez, mas lembro que minha infância não foi legal, então eu penso em ir embora, outra cidade, país...Algo interessante, mais do que tenho aqui. Mas a questão não é o lugar, e sei bem disso. Geralmente o problema, a inquietação, vem de vc mesmo. Não dá pra correr.
Adorava a sessão da tarde quando passava alguns dos filmes do "De volta para o futuro". Imaginar como seria a minha vida com 18 anos, como seria o mundo. E hoje eu penso "valha, como pouca coisa mudou, que paia." Cadê o skate que flutua, ou o Delorean voador?
A nossa geração ( esse povo que nasceu na década de 80), sofre de uma nostalgia de um passado que nem chegou a viver...estranho isso. Parece que nada realmente importante chegou a acontecer com a gente. Talvez essa sensação seja fruto da expectativa de coisas extraordinárias que hoje não passam de celulares minúsculos ou I podes ( tá certo? sei lá!). A gente esperava muito mais. Saudade do Dr. Brown e do Marty McFly.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tempo, tempo tempo tempo


O fato de saber que escrevo apenas para mim mesma, apesar de estar postando num blog, não me deixa mais a vontade para especificar os detalhes das causas do que sinto agora. Posso dizer apenas que várias coisas que eu não esperava, nem ao menos acreditava que fossem passíveis de acontecer caíram todas sobre a minha cabeça. Tenho um problema de estômago, não costumo digerir tudo facilmente.
Para ser mais específica, demoro muuuuito tempo para me dar conta do real significado das coisas que se passam comigo.
Só sei hoje que tudo o que me aconteceu no último mês, serviu para me fazer sentir mais solitária. Sem uma mão pra me segurar evitando que eu escorregue( que nem num capítulo da malhação que vi um dia desses). Sabe aquela angústica que te dá quanto te dizem "vá embora", e você fica com raiva e tristeza de uma só vez, dá as costas e sai, mas depois de dois passos, lembra que não tem aonde ir. E o pior é que está chovendo, e você não pode simplesmente ficar caminhando pelas ruas até tudo se acalmar, como fazia antes. Não há mais um quarto para se trancar e ler, escrever o que está pensando. Nem a casa existe mais. A casa com um quintal enorme na frente, plantas, flores, folhas pintadas de ouro. O sofá que servia como colina na brincadeira com o irmão. Nada existe mais. Nem o irmão. Muito ocupado, dois filhos, uma mulher meio rabugenta ( foda-se se ela chegar a ler isso). E o irmão mais novo, amo. Mais não sou mais a mesma, nem posso ser. Queria leva-lo a milhares de lugares, que ele ainda não pode frequentar, queria passar as tardes com ele, mas tenho que tranalhar...tempo...inimigo sorrateiro, leva tudo o que há de bom na vida, sem nos deixar perceber.