segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Se eu fosse rica...
Já teria mandado muita gente à merda, teria dado tapa na cara de muito neguim enxerido, teria viajado pela Europa, logo depois de conhecer o Ceará inteiro, claro, incluindo a praia da Baleia, que está sendo vendida aos estrangeiros e muito provavelmente será impossível para mim frequenta-la daqui há alguns anos.
Teria adotado 4 crianças. Não consigo entender como ainda tem gente de mente tão fechada que acha errado, ou "inapropriado" adotar alguém. Eu gostaria muito de fazer isso, se tivesse grana.
Ah, compraria também uma câmera, das melhores no mercado. Faria um filme. Voltaria a cursar Artes Cênicas, comemoraria meu aniversário numa calourada geral. Beberia absinto com meus coleguinhas. Faria uma depilação permanente no suvaco ( quem suporta esses pêlos chatos e feios?)
Mandaria matar um monte de gente inútil e nojenta.
Compraria muitos livros. Visitaria o túmulo do Jim Morrison.
E depois que o dinheiro acabasse...eu voltaria aonde estou, num estado de liseira lastimável. Não quero mais umas coisas que pareciam muito importantes há apenas alguns meses. Parece que dei uma acordada. Pena que o sono parecia mais agradével. Eu perderia o Big Brother, fazer amigos não é o meu forte. E os poucos que faço, não consigo manter. É como a raposa falou para o Príncipe, se vc vem numa hora diferente não há uma expectativa para o momento do encontro. Tem-se que criar uma espécie de ritual, cativar...assim vc se torna importante na vida, no dia da pessoa. Quando sabe que vai te encontrar às 5, começa a ficar feliz às 3. Mas não existem lojas de amigos....faz tempo que não compro um. Tem alguns que são interessantes, mas são como as pessoas dos planetas....vc só visita, depois vai embora sem saber se irá encontrá-los novamente.
Às vezes eu quero mais que isso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Now I'm Bored and Old

As vezes eu penso numa casinha com cerca branca e grama, e uns pivetes correndo em volta da varanda.....mas depois eu acordo babando no lençol...
=]

Sonhei que uma pessoa me avisava que eu iria morrer. Bem, se vc não interpretar o aviso literalmente, morte pode significar muitas coisas....algo que existe na sua vida e vai mudar, ou algo que existia em vc e não está mais lá. Espero que seja isso mesmo então.
Já fazia muito tempo que eu não escutava Nirvana, um mal sinal?
Talvez, se eu levar em conta os meus momentos "Nirvana" alguns anos atras...Nós somos muito frágeis. Qualquer falta de perspectiva derruba, faz ter vontade de fugir...e quando não se tem pra onde ir, qualquer lugar é certo, ou errado, nem sei....mas nenhum lugar é onde vc realmente gostaria de estar.
O carro tava cheio d'água. Levei no posto pra aspirar. O rapaz vei o me atender, sabia que o conhecia de algum lugar. Depois ele mencionou uma amiga em comum, disse " a gente deve ter ido pra algum show". Lembrei " Tu morreu no aniversário do C.D , não foi? Eu tava lá, tu chegou e caiu. Ficou lá bodado no meio da festa, parecia um "morto" ."
"Nunca mais vi a A, também, eu me juntei...me arrependi de ter me juntado. Tô pra dar as contas da mulher."
E o amor aparece de novo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Essas minhas crises de "esculhambar" o amor....parece coisa de véia mal comida...É que me dá raiva em ver as pessoas brincarem com isso, com as outras e com elas mesmas, e ainda acharam que isso tudo é normal. Eu realmente queria estar acima de todas essas brincadeiras e joguinhos, queria ser imune, mas ninguém é.
É estranho quando a gente percebe que os anos passaram, e que mesmo ainda não estando velhos, estamos cançados e muito do que queríamos ficou esquecido, distante.
E um menino de 18 anos, com cara de decepção total, me diz: "I feel empty inside"
E eu não sei o que dizer, queria poder fazer ele esquecer por alguns minutos que a vida é ruim, mas não consigo. Só fico calada, no máximo, peço pra ele ir embora, não continuar bebendo , pelo menos essa noite. Mas se ele for pra casa, só vai encontrar o pai, mais bêbado que ele...Sempre me desespero quando percebo que não tenho pra onde ir, o bom é que na maior parte do tempo consigo esquecer disso.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Amor? Amor é o meu ovo esquerdo...



Quem inventou essa história de amor era muito doente, menos doente do que quem acreditou na história. Estava lendo "Morte", do Neil Gaiman( na Siciliano, de graça...se eu tivesse recursos eu realmente estaria disposta a pagar os 60 contos, mas eu não tenho). Começa com um cara de 16 anos, que está entediado com a vida, tendo como conclusão que seria bem melhor se ele morresse, já que não está fazendo nada de interessante por aqui mesmo. Ele dá uma definição de amor interessante:" Não existe essa hístoria de amor, as pessoas sentem tesão e medo. Ficam com uma pessoa e sentem tesão e as duas se juntam porquê têm medo de enfrentar o mundo e se isolam uma na outra."
Ah, era mais ou menos assim, depois eu pego na íntegra. O fato é que esse sentimento simplesmente não existe, mas como desde criança a gente acredita nele, e não é como o papai Noel, que quando você cresce alguém te diz "ah, eu menti um pouquinho", a gente demora a perceber isso.
Um cara sai com você, fica com você e no fim da noite diz que tem namorada, que merda. Mas ainda tem mais. Quando perguntado se ele a ama, a resposta afirmativa vem prontamente. Ridículo? Cinismo?
O pior é que não, ele realmente acredita que a ama, estranho, não?
Eu acho...acho que esse sentimento cheio de purpurina, gliter e cílios postiços não passa de uma drag má que quer tirar vantagem dos nossos momentos de fragilidade ou de "medo", como disse Neil Gaiman....é assim mesmo...tem sempre alguém tirando vantagem de alguém. A minha única dúvida é saber de que lado eu estou.
Rua 24 de Maio, Centro
"O que você acha de sexo antes do casamento?"
"oi?"
"Sexo antes do casamento."
" Ah..."
"É necessário", alguém fala do fundo da sala.
"Necessário? Pra mim não tem problema", respondi.
Um gordinho, com pelos saindo por entre os botões abertos de sua camisa amarela, talvez a mesma de ontem e do dia anterior. Não que ele estivesse sujo, mas era a mesma, tinha quase certeza. O modo como ele movia a boca enquanto falava era no mínimo estranho...mas nada superava a gargalhada que produzia repentinamente, uma reação às suas próprias piadinhas.
Não sei se a rizada, que chegava a assustar por ser tão inesperada e fora de contexto, era real ou forçada. Pela forma que seu rosto e sua voz tomavam no momento "assustador" parecia mais forçada do que natural, bem mais. Só não entendi o motivo de rir.
Talvez quisesse demonstrar simpatia, já que seus óculos e os pelos q saltavam dos botões amarelos não ajudavam muito. De qualquer forma, a risada também não era muito útil.
"Será que estou vestida muito, sei lá, "eroticamente" e por isso ele fez a pergunta pra mim?", admito que foi o que pensei. Eu queria ir embora, mas não podia olhar o relógio, ele estava do meu lado. O tempo sempre passa rápido quando a gente não quer.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Baby, I'm gonna leave you

"Eu não quero que tu lembre de mim."
"Tá."
"Tu não gosta de mim de verdade."
"É , né."
"Se tu gostasse não me deixaria ir . Um dia tu vai gostar de alguém de verdade e não vai ser capaz de deixar essa pessoa ir embora. Tu me deixou ir embora um milhão de vezes. Às vezes eu queria dormir contigo, mas eu dizia que ia embora só pra ver se tu ia me deixar ir. Eu ficava esperando tu me dizer pra ficar, mas tu sempre me deixava ir."
Daryl Hannah, Blade Runner


Gemma Bovery, by Posy Simmons

"Posy Simmons encontrou equivalentes comtemporâneos dos personagens , do enredo da ironia e até mesmo dos mecanismos literários de Flaubert, e boa parte da diversão está em encontrar os paralelos"

É uma história em quadrinhos, Gemma Bovery. Já dá pra imaginar do que se trata pelo título: uma mulher infiel que é morre no final....mas aqui há um tom de melancolia engraçada. ( Como é que pode?). Ela estava gorda, infeliz e sozinha num apartamento bosta em Londres. Conheceu um cara, que a princípio parecia legal, legal pra quem tinha sido trocada por uma mulher mais bonita e rica. Acabou indo morar com o cara, que para não ser mais importunado pela ex-mulher chata decidiu se mudar para um chalé na França. Parece atraente?
Na verdade era uma merda. O lugar era fedorento, húmido, e os vizinhos bastante estranhos. Além disso o marido começou a ter um comportamento estranho, mais do que o de costume. Se tronou um vagabundo, total, não estava nem aí pras dpividas, ou pra ela.
O que uma mulher faz numa situação dessas? Emagrece e começa um caso com um gostosão-charmoso-francês, ora mais!!! Daí já dá pra tirar o que mais pode acontecer, sendo que a história é narrada pelo vizinho meio obcecado por Gemma, que acaba tendo acesso aos seus diários após sua morte... Ah, é muito legal!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Antes de mais nada...

Sou uma pessoa egoísta e, sinto dizer, algumas vezes não tão honesta, mas às vezes tenho esse sentimento fraternal de querer dividir as coisas interessantes que vejo e vivo com outras pessoas....fazê-las sentir um pouco do frio na barriga, da dor ou do ódio que sinto todos os dias...aqui está uma maneira de dividir tudo isso. Na verdade é uma maneira brega, meio fora de moda, que eu mesma critiquei, escarrei e cuspi em cima um trilhão de vezes ( vixe, nem quero lembrar quantas vezes mordi minha língua nessa vida. " A gente paga pela língua", minha mãe sempre diz).
Ultimamente dei para tirar fotos com o meu brinquedo novo ( não tão novo assim agora). Estava pelo centro na véspera de ano novo....milhares de pessoas suadas, mal educadas e , o pior de tudo, completamente sem juízo ou noção estava lá, se estapiando no meio da feira da Praça José de Alencar, e eu lá no meio, tentando encontrar um short de cinco conto pra dar ao meu pai.
Então vejo uns gringos que tinham "me roube" escrito na testa. Já que não é sempre que se pode falar Inglês com nativos ( são índios?) e já que o cabelo da mulher tinha me chamado atenção ( uma coisa meio Daryl Hanna em Blade Runner), resolvi dar uma de enxerida e puxar assunto.
Aconcelhei a guardar a câmera( que até eu mesma estaria disposta a roubar, se minha mãe não estivesse do meu lado), puxei conversa. Ela era Inglesa, e estava maravilhada com aquela multidão suada tentando comprar roupa nova para o ano novo...A gente deve parecer exótico pra eles, e oque é exótico pra eles , para nós é uma marmota ridícula...que merda.
Estão aí umas fotos do exótico que se encontra dando umas voltas pelos pontos turísticos de Fortaleza, Beira Mar, Dragão do Mar....que merda.