A vida é feita de coisas...muitas coisas.
Nós temos só uma vida (há quem diga que temos várias, mas prefiro resolver uma de cada vez), mas ela se fragmente em um monte de assuntos que precisamos administrar. E sou péssima nisso. Detesto administrar. Às vezes queria ser um gato. Miar, ganhar carinho e comida, depois ir embora e dormir num canto qualquer, embaixo de carros sem medo de ser atropelada.
Mas não tive essa opção. Preciso de dinheiro, e pra ter dinheiro você tem que ter dinheiro pra comprar roupas e se fantasiar de "sério e responsável", pra pagar o ônibus ou botar gasolina no seu veículo (mobilete, moto, carro)...e tudo isso pra ganhar dinheiro e depois gastar outra vez.
Essa lógica me lembra um trecho de "A cultura popular na Idade Média e no Renascimento" que li na graduação com o André Monteiro, um cara muito massa que foi prof. substituto de Literatura Brasileira.
Lembro que decorei quase todo o "Elixir do pajé" recomendado por ele...kkk
Não vou explicar do que se trata, pois soaria meio pervertida. Os curiosos que leiam:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/elixir.html
Pois é, nesse livro o Bakhitin fala sobre o carnaval como uma espécie de período programado para se fazer loucuras. Nessa época tudo é permitido, afinal é o carnaval. Se pode subverter a ordem, criticar a igreja, a moral, e depois todos recebem perdão...passamos o ano todo obedecendo as regras para quebrá-las nesse momento pré-programado, e depois retornar às amarras.
Esse é mesmo um momento de libertação? Que diabo de liberdade programada é essa?
Estamos todos presos então.
Até essa pseudo-loucura é controlada. Tem hora e lugar pra acontecer, e tem que ser administrada cuidadosamente.
Você TEM que saber o que quer fazer, o que quer ser, onde quer ir.
E se eu disser que não sei e que nem tenho pressa de saber?
Deixa rolar, deixa acontecer.
É só não dormir. É só continuar pensando, lendo, escrevendo, que os caminhos vão surgindo sob seus pés.
Não entendo pra que tanta pressa em decidir as coisas.
Sempre começo falando de uma coisa e paro em um lugar totalmente nada a ver...
Incoerente!