domingo, 11 de abril de 2010

Desventuras em série

           Domingo é um dia essencialmente morgado, às vezes ,por isso, triste. Hoje tive vontade de descançar da minha existência. Dormi, muito, achando que ao acordar estaria disposta para resolver meus assuntos pendentes, mas que nada. Acordei ainda mais perdida, com uma sensação de estar atrasada, meio assustada, com uma amiga ligando pra "fofocar" sobre a noite anterior. Calourada de Arquitetura, minha primeira calourada não-alcoolizada. Até que prestou, dancei e fresquei, mas não foi essas coisas todas não.
            Vi pessoas que nunca mais tinha visto na vida, até cenas inéditas como o Humberto dançando até o chão. Até beijei um meninozinho, mas ele tinha um beijo muito estranho, meio babado e parecido com uma mordida. Além disso ele tacava o braço no meu braço dolorido por causa da tal vacina contra a gripe suína. Quis sair correndo depois, mas minha amiga estava fazendo a linha educada com o amigo do cara.
Na verdade eu estava interessada no amigo dele, mas ele simplesmente era de outro universo. Ficava perguntando coisas sobre os nossos cursos, nossa experiência de trabalho. "Parecia uma entrevista de emprego", minha amiga comentou.
           Encontrei um menino da aerolândia, 18 anos e completamente bêbado, abraçado com um celular quase vazio. Ele falava com aquela voz cômica de bêbado, e cutucava a cada frase, mas era engraçado. Lembrei dos meus tempos e de como eu era trash e ficava ainda mais trash numa calourada depois de um celular.
           Caminhando como quem procura alguém dou de cara com um rapaz que há alguns anos me encontrou na PI, em frente ao Hey Ho e me perguntou, do nada (jamais o tinha visto na vida): "cadê seu namorado?" Fiquei puta, lógico. Quem é esse baitinga pra querer me vigiar?
Adivinha o que ele fez na calourada...me disse "oi" e eu respondi educadamente, logo em seguida perguntou "cadê o fulano?" Como não entendi o nome que ele falou perguntei "quem?" e ele "o fulano. Tu não conhece não?"
Que ódio mortal! Que vontade de dar um chute bem no meio da cara daquele retardado. Mas como sou muito pequena e magra apenas disse que não sabia do fulano e dei as costas ao rapaz. Não entendo como as pessoas fazem questão de ser tão imbecis.
            Terminar um namoro é uma merda. E quanto mais você tenta se limpar, mais fedorentas as coisas ficam. Fui pro aniversário de umas amigas num bar e quem estava lá? Ele mesmo. Sentado numa mesa com todos os seus amiguinhos que se cutucaram muito indiscretamente quando me viram. Depois ele mudou de lugar pra ficar de frente pra mesa onde eu estava. Pra completar eu vou ao banheiro me arrumar com a ajuda da minha amiga e uma mulher, namorada de um amigo dele,entra no banheiro e tenta puxar assunto. Detesto o tipo de atitude dos amigos dele. Quando me veêm em alguma festa e não dá pra simplesmente fingir que não me conhecer, dizem "oi" com cara de quem viu assombração, e sempre que dá pra me ignorar, eles não perdem a oportunidade.
            É muita merda. A pessoa te deixa na merda quando você mais precisa, te acusa de estar levando as coisas dele que na verdade foi você quem comprou e você ainda tem que aguentar abuso de amigo...ah, meu chapa, tá aí que não vale a pena. As mulheres são ensinadas que se apaixonar é a melhor coisa do mundo, que existe um cara perfeito pra você. Entretanto, basta conviver por mais de cinco minutos pra perceber que ele é só um cara, que arrota e às vezes peida, e outras vezes pede pra vc pagar a conta. E que você de princesa não tem nada. Nós somos só gente. Acho que o grande problema é que nunca nos ensinaram a viver com isso.