sábado, 26 de maio de 2012

Clichê

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta a agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.


Acho gostosa a sensação de esperar um encontro. Mesmo que se tenha certeza de que a pessoa estará lá, a sua espera, você se pergunta se algo não terá acontecido. E se ele/a não te esperar? E se vocês se desencontrarem? E se nunca mais conseguirem se ver novamente? 
Mas então você chega e ele/a não está lá. 
Decepção. 
Um bilhete pendurado na porta avisa o lugar onde te espera.
Um sorriso réi inesperado e inevitável surge no canto esquerdo do lábio.
Essa sensação é muito gostosa.

O sétimo selo


- Quem é você?
- Eu sou a morte.
- Veio me buscar?
- Ando com você há muito tempo.
- Eu sei.
- Está preparado?
- Meu corpo está, mas eu, não.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tenho a teoria de que só conhecemos as pessoas quando passamos por uma grande e profunda merda com elas. Dividir os momentos bons não é tão difícil. Não digo também que seja fácil, pois tem gente que nem isso sabe fazer. Tem gente que não sabe te fazer rir, que não sabe rir contigo, que não saber abraçar, amar, sentir o calor do outro ou beijar o rosto. Mas o pior mesmo é a merda, e pior ainda é que só depois dela sabemos quem realmente está classificado para a bonança.
Infelizmente tenho visto muita gente sendo filha da puta, o que me deixa muito puta. Não entendo porque fingir tanto. Voto na sinceridade. Acho que, mesmo que ela doa, dói menos que a enganação, apesar de, não sei porque, as pessoas preferirem uma boa dose de mentira quente na veia. Sinto vontade de gritar "pare, pelo amor de Deus!" quando o cara casado vem me queixar, dizendo coisas imbecis e tentando me convencer de que é livre. Que idiota! Mais idiota ainda é a mulher que vive com um ser desses. Sei que se eu desse todas as provas possíveis de que ele está dando em cima de mim, ela ficaria indignada comigo e continuaria sua vida feliz com o retardado.
Percebi esses dias o quanto sinto falta de coisas simples do convívio de um namoro como dormir abraçado, cozinhar juntos, assistir filmes juntos. Isso é a melhor parte, eu acho. Só não entendo quem se submete a QUALQUER COISA pra manter isso. Sei que é óbvio, mas escrevo talvez para que eu mesma não esqueça que não vale a pena se machucar por nada, como uma prostituta que faz atrocidades com o próprio corpo por dinheiro.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Fiz aniversário semana passada. Não atendi telefonemas, nem apareci em casa. Me escondi na rede de um amigo caridoso até o dia seguinte. Chorei, como não fazia há séculos. Só não contei pra ninguém o porquê disso. Disse que estava mal, que não queria falar com as pessoas, mas o fato é só que eu estava/estou cansada de ser criticada. Tô de saco cheio da descrença de quem se diz amigo. Pequenas críticas, o tempo todo, conseguiram se tornar mais prejudiciais que um direto de direito na cara.
Conviver com as pessoas significa, uma hora ou outra, ter que puxar assunto, falar sobre opiniões. Eu não tenho mais saco pra isso, não agora. Não aguento tentar explicar porque minha ferida dói, se os outros sempre acham que não é nada, me ridicularizam por sentir tal dor e até me culpam por ter desenvolvido a ferida. Quero paz, apesar de saber que a solidão não proporciona esse tipo de sentimento, mas, pelo menos, evito o conflito exterior. Bater na minha própria cara é mais agradável. Eu ao menos me conheço mesmo. Não MESMO, mas bem mais que todos eles, disso estou certa. 
Antes queria ficar mal. Agora quero ficar bem. Ficar com uma cara boa, de quem comeu e dormiu. De quem leu e entendeu.
Vou começar a trabalhar mais nisso.

sexta-feira, 18 de maio de 2012


Eu acho essa a mais fodástica canção para quem viveu um grande amor. Não é a toa que chorei, uma vez, na rodoviária enquanto ela tocava no meu mp4. Meus óculos escuros tentavam disfarçar, mas as lágrimas escorriam a despeito deles. Só quem viveu entende os detalhes fodas.
Detalhes
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...
Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...
Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que um outro
Deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor
Como eu falei
Mas eu duvido!
Duvido que ele tenha
Tanto amor
E até os erros
Do meu português ruim
E nessa hora você vai
Lembrar de mim...
A noite envolvida
No silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura
O meu retrato
Mas da moldura não sou eu
Quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso
Mesmo assim
E tudo isso vai fazer você
Lembrar de mim...
Se alguém tocar
Seu corpo como eu
Não diga nada
Não vá dizer
Meu nome sem querer
À pessoa errada...
Pensando ter amor
Nesse momento
Desesperada você
Tenta até o fim
E até nesse momento você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim...
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito
Muito tempo em sua vida
Eu vou viver
Não, não adianta nem tentar
Me esquecer...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Porque eu acho que sou borderline...

O borderline demonstra um grande medo de ser abandonado ou rejeitado e por isso está sempre a tentar achar uma forma para que isso não aconteça. Alguns evitam começar relacionamentos, especialmente pelo medo de ser rejeitado ou abandonado, depois. Quando em algum relacionamento íntimo, este medo é acompanhado caracteristicamente de esforços frenéticos para evitá-lo...Eles podem tomar muitos medicamentos de uma vez só, com ou sem intenção de suicídio, abusar de drogas e bebidas, auto mutilar-se fisicamente, colocar-se em risco, entre outros atos impulsivos com notável tendência autodestrutiva...o borderline ao perceber que a pessoa amada está com ela, ele tende a classificá-la como "ótima", ideal e sente-se fortemente apaixonado e feliz. No entanto, se a outra pessoa anuncia que tem de ir embora, por exemplo, o paciente rapidamente passa da grande idealização ("ótima") para a grande desvalorização ("péssima"), desprezando a história em que passaram.Eles passam facilmente do "eu te amo" para o "eu te odeio", podem maltratar cruelmente a outra pessoa sem o mínimo de remorso, porque acreditam estar sempre certos em suas atitudes. As outras pessoas que são sempre as erradas, as culpadas.
Os relacionamentos do borderline bem como comportamentos e sua personalidade em geral não são duradouros. É notável nesses indivíduos constante instabilidade nos seus relacionamentos.
Ao passo que se sentem sós, desejam muito a presença do outro, de repente, quando esta presença se concretiza, podem achar que estão muito próximos e invadindo sua privacidade. 
Sua identidade sexual é frequentemente marcada por dúvidas e mudanças constantes ou até adeptos à bissexualidade... são intolerantes à monotonia e rotinas, facilmente contrariando regras, bem como desistindo ou desanimando facilmente de atividades rotineiras ou que exigem certa monotonia.
Os borderlines têm dificuldade em avaliar as consequências de seus atos e de aprender com a experiência e, então, erram e repetem o erro, nunca aprendendo.Eles estão sempre a reclamar de algo, talvez querendo manter um cuidador perto de si, mas não têm capacidade o suficiente para nutrir uma relação saudável e estável.